A Procuradoria da República no Pará informou ontem que enviou ofícios à Polícia Federal, ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e ao Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) requisitando informações detalhadas sobre as providências tomadas pelos órgãos estatais, nos últimos dias, para conter a invasão, por garimpeiros, da Terra Indígena Xipaya, na Região do Médio Xingu, no sudoeste paraense.
O caso está sendo acompanhando desde a última quinta-feira (14). A denúncia da invasão foi feita naquele dia pela cacique Juma Xipaya, que alertou sobre a entrada de uma balsa de garimpo com três andares na área indígena e que os garimpeiros teriam ameaçado o pai dela e quem tentasse impedi-los.
Ainda na madrugada do dia 15, segundo a Procuradoria da República, foram enviados ofícios para as autoridades de segurança e de fiscalização ambiental para informar a situação e pedir providências. Foram acionados a Fundação Nacional do Índio (Funai), o Ibama, a Polícia Federal, a Polícia Militar e a Polícia Civil.
Nas horas seguintes, equipes do Ibama e do ICMBio, com apoio da Força Nacional, que já estavam fazendo operações de fiscalização na área, percorreram a região por via aérea e fluvial, mas os garimpeiros tinham conseguido esconder a balsa, após a repercussão do vídeo de denúncia da liderança indígena.
Foi só no sábado (16) que a imensa embarcação toda de metal, com 30 metros de comprimento e três andares, foi localizada, dentro da Reserva Extrativista (Resex) Riozinho do Anfrísio, unidade de conservação localizada na Terra do Meio, vizinha à Terra Indígena Xipaya, distante cerca de 400 km de Altamira.
Em nota, o Ministério da Justiça chegou a anunciar que tinham sido detidos cinco adultos e apreendidos dois adolescentes. Mas no domingo (17), segundo informações da imprensa e dos moradores da região, todos teriam sido soltos. Agora, o MPF quer saber quais providências foram tomadas pela PF, Ibama e ICMBio, responsáveis pela fiscalização ambiental e também pela apuração de eventuais crimes ambientais.