A corrupção eleitoral, que mancha o processo democrático em todo o Brasil, teve um novo episódio revoltante neste domingo, 6, durante as eleições. Como se não bastassem as práticas já conhecidas de compra de votos, transporte irregular e boca de urna, agora até a coação sob a mira de uma arma se soma ao cenário caótico de violações que contaminam a livre expressão do eleitor nas urnas.
No distrito de Diretor, em Nova Canaã, no sul da Bahia, um homem foi preso após ser flagrado coagindo eleitores com um revólver calibre 38. De acordo com a Secretaria de Segurança Pública (SSP-BA), militares da 8ª Companhia Independente foram acionados após denúncias de que o suspeito estaria armado nas proximidades de um colégio eleitoral, pressionando eleitores.
Em diligência, a polícia localizou o homem transportando pessoas de forma irregular em um veículo, reforçando o esquema criminoso. O indivíduo, juntamente com a arma, foi encaminhado à Polícia Civil, onde teve a prisão formalizada.
Esse não é um caso isolado. Até o meio-dia deste domingo, 49 crimes eleitorais haviam sido registrados pela Polícia Civil em 33 municípios baianos. Ações das forças de segurança já resultaram na prisão de 48 pessoas por crimes como compra de voto, boca de urna, transporte irregular e ameaças.
A lista de cidades atingidas por esses crimes é extensa: de Camaçari a Bom Jesus da Lapa, de Itabuna a Paulo Afonso, a Bahia parece estar submersa em um mar de ilegalidades que subvertem o processo eleitoral.
Práticas criminosas
O que se vê nas ruas vai além da tradicional boca de urna – o cenário é de intimidação, coerção e, agora, até ameaça armada. É revoltante que, em pleno 2024, eleitores ainda precisem enfrentar o medo de serem coagidos ao exercer um direito básico. As eleições, que deveriam ser um espaço de expressão livre e consciente, estão sendo manchadas por práticas criminosas que corrompem a democracia.
A Operação Eleições 2024, que mobiliza cerca de 34 mil policiais e bombeiros, segue em curso e será encerrada apenas às 7h desta segunda-feira, 7.
Mas a pergunta que fica é: como podemos falar em uma democracia saudável quando o próprio direito ao voto está sendo sequestrado? A coação, o uso de armas e a corrupção eleitoral se tornaram uma epidemia que atinge o coração da democracia brasileira. E quem irá responder por isso?