A Polícia Militar prendeu um homem acusado de manter a família em cárcere privado há 17 anos. Ao chegar ao local, os PMs encontraram uma mulher e dois jovens, que estavam amarrados, sujos e subnutridos. De acordo com a polícia, o homem preso anteontem no local informou que era trabalhador e alegou que os filhos tinham problemas psicológicos e por isso precisavam ficar amarrados. O caso aconteceu em Guaratiba, na zona oeste do Rio.
Segundo a polícia, PMs do 27º batalhão foram à casa, que fica na rua Leonel Rocha, após receberem uma denúncia anônima. Os jovens, de 19 e 22 anos, seriam filhos da mulher e do suspeito. A mãe relatou que não via a luz do Sol havia 17 anos.
A Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro informou ontem que a família vítima de cárcere privado por 17 anos e resgatada em Guaratiba, ainda não tem data para deixar o Hospital Rocha Faria, para onde foi levada.
De acordo com a SMS, “os três pacientes apresentam quadro de desidratação e desnutrição grave”, que inspiram cuidados. “Eles já foram estabilizados e estão recebendo todos os cuidados clínicos necessários, além do acompanhamento dos serviços social e de saúde mental”, informou ainda a SMS.
Medida protetiva
Prova dessa estabilização é que nesta sexta, a mãe dos jovens prestou depoimento no hospital sobre os maus-tratos sofridos por ela e seus filhos. Ela disse que deseja representar criminalmente contra o marido, Luiz Antônio, e pediu medida protetiva para ela seus filhos.
Os jovens, de 22 anos, e 19, seguem recebendo cuidados médicos. Eles chamaram atenção por seu estados de desnutrição extrema e, apesar da idade, aparentarem crianças de 10 anos.
Luiz Antonio Santos Silva, responsável pelos maus-tratos à família, foi preso na quinta-feira(28) em flagrante e deve passar por audiência de custódia neste sábado (30). Ele está preso em Benfica, na Zona Norte do Rio de Janeiro.
O homem era conhecido na vizinhança do bairro da Foice, em Guaratiba, pela apelido de DJ, por colocar músicas muito altas e abafar os gritos que vinham da casa. Em depoimento, a esposa do suspeito relatou que tentou se separar do marido diversas vezes, mas que acabou sendo ameaçada em todas as ocasiões.
De acordo com a vítima, Luiz chegou a falar que os dois deveriam ficar juntos até o fim e que, se ela fosse embora, a mataria. Ainda de acordo com a mulher, com relação aos filhos, o suspeito também mantinha uma relação de posse. Os jovens nunca chegaram a frequentar a escola por proibição do pai.
Por quais crimes o suspeito poderá responder?
Se for considerado como culpado, Luiz responderá por sequestro ou cárcere privado, crime de tortura, vias de fato e maus-tratos. O inquérito sobre o caso deve ser encerrado em 10 dias. Fonte: G1 e GZH.