Mais dois médicos morreram no domingo, no Pará, infectados pela Covid-19 e um outro médico paraense foi a óbito no Rio de Janeiro, onde morava e trabalhava.As notas de pesar pelas mortes dos três profissionais de saúde, linhas de frente no combate ao coronavírus, foram publicadas no site do Sindicato dos Médicos do Pará. Desde o início da pandemia do coronavírus, 21 médicos perderam a vida no estado.
Eles estavam nas frentes de batalhas formadas em hospitais e unidades de saúde e ao menos outros 10 médicos estão internados em decorrência da doença no estado. Não se tem ainda o número oficial de médicos mortos pela doença em todo o Brasil.
Nesta segunda-feira (11), o médico radiologista Valdir Pedro Pereira morreu vítima da Covid-19. Ele estava em tratamento na cidade de Mauá, em São Paulo. O Sindmepa lamentou a sua perda e se solidarizou com a família e amigos. No domingo (10), o médico José Guilherme Henrique dos Santos morreu também vítima de complicações da Covid-19 no Pará. Também no domingo, morreu o médico Danilo David Santos Silva. Ele era paraense e associado ao Sindmepa, mas estava morando e atuando no Rio de Janeiro.
Falta de condições de trabalho
De acordo com o sindicato, um médico da UPA do Distrito Industrial de Ananindeua protocolou no Sindmepa documento comunicando a entrega das escalas naquela unidade de saúde, motivado pela falta de condições de trabalho Segundo o documento, faltam condições estruturais, medicamentos, exames laboratoriais imediatos. “No hospital público de retaguarda, a regulação para os hospitais privados e Metropolitano quando chega, o paciente já foi a óbito”, acusa.
Também não há monitores cardíacos e os dois respiradores existentes são velhos e insuficientes. Além de tudo, o vínculo de trabalho dos médicos é precário. O Sindmepa garantiu que vai fazer uma fiscalização na unidade. O sindicato informou que conseguiu ultimar junto à Prefeitura de Belém a minuta de contrato que garante segurança aos médicos que firmarão contratos
temporários para trabalhar no enfrentamento à pandemia.
Além da melhoria dos valores de plantões, estão assegurados o tratamento, em caso de contágio pela Covid, bem como o pagamento pelo afastamento em caso de contaminação; fornecimento de EPIs; formulários para denúncias; e multa, em caso de não cumprimento das garantias asseguradas pelo município. Uma vitória, já que a maioria dos contratos médicos com as organizações são feitos por meio de pessoa jurídica.
Constrangimento em Parauapebas
Segundo o Sindmepa, na semana passada a Secretaria de Saúde de Parauapebas deslanchou uma operação que, no entendimento da direção sindical, visava unicamente constranger médicos em seu horário de repouso. A resolução Cremesp 90/2000 estabelece que em atividades, em regime de plantão, os médicos deverão dispor de condições que permitam pausas
compensatórias e conforto. Também a CLT garante o intervalo para repouso e alimentação ao médico. A ação da secretaria, além de desrespeitosa, viola a privacidade dos médicos, o que é inadmissível, conforme o sindicato, que acionou o jurídico para as providências cabíveis.
Residentes que atuam no Ophir Loyola denunciam ao Sindmepa desvio de funções e atribuições de carga horária acima da carga horária prevista para residentes. Muitos estão sendo lotados na radiologia, área onde não se lida de frente com o paciente. Além de expostos a situações insalubres, recebem tão somente o valor da bolsa de residentes, o que viola a legislação vigente. “Já estamos investigando a situação e vamos tomar providências”, resume o sindicato.
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