Mais uma tragédia da violência doméstica sacudiu Arapongas (PR), por volta das 13h de ontem. A Polícia Militar (PM) foi acionada após vizinhos ouvirem gritos de socorro vindos de uma casa onde, mais uma vez, o algoz era o próprio marido. A vítima, acuada e aterrorizada, revelou aos policiais que o marido a agrediu de maneira brutal, usando um fio como chicote para marcá-la nas costas, pernas e braços. O agressor, covardemente, fugiu do local de bicicleta após o ato de crueldade.
Como é possível que, em pleno 2024, mulheres ainda sejam violentadas de forma tão grotesca dentro de seus lares, na frente dos próprios filhos? A vítima, ferida e com lesões visíveis, precisou ser levada ao UPA 24H para atendimento médico. A dor física é apenas uma parte do tormento — o trauma emocional deixado para ela e seus três filhos é incalculável.
Após receber a descrição do agressor, a PM agiu rapidamente, localizando o homem nas imediações. Embriagado ou sob efeito de drogas, conforme apontado no boletim de ocorrência, o agressor não demonstrava arrependimento. A mulher já havia relatado que ele é dependente químico e possivelmente estava sob o efeito de entorpecentes no momento da agressão.
Como se não bastasse, o agressor ainda tentou se colocar como vítima, alegando que os ferimentos em seu corpo foram causados por “agressões da esposa” e por uma queda que teria sofrido ao fugir. Um retrato lamentável de quem tenta justificar o injustificável.
Ambos foram levados para atendimento médico e, em seguida, encaminhados à delegacia. E mais uma vez, a pergunta que ecoa é: até quando? Até quando mulheres serão chicoteadas, espancadas e humilhadas dentro de suas próprias casas, enquanto a sociedade assiste, impotente, a esse ciclo de horror que não dá sinais de trégua?
É preciso que haja uma resposta forte e imediata para cada caso de violência contra a mulher. É inadmissível que tantas vidas continuem sendo devastadas, enquanto o sistema de proteção parece sempre um passo atrás