A decisão tomada ontem pelo governo Lula de suspender o banho de sol e visitas sociais nos presídios federais do Brasil, reflete um momento de tensão e preocupação na área de segurança pública, especialmente após a fuga inédita de detentos ligados à organização criminosa Comando Vermelho do presídio federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte.
Esta medida, embora temporária e direcionada para os dias 15 e 16 – hoje e amanhã – destaca a fragilidade percebida nas casas penais de segurança máxima do país, que deveriam ser impenetráveis.
A portaria emitida pelo Ministério da Justiça responde diretamente à fuga desses 2 detentos, marcando a primeira vez que tal incidente ocorre desde a inauguração do sistema penitenciário federal, em 2006. A fuga não só questiona a eficácia das medidas de segurança em vigor, como também coloca em cheque o equilíbrio entre direitos e deveres dos detentos em instalações de segurança máxima.
Esses detentos são frequentemente associados a crimes graves e representam uma ameaça significativa à sociedade.
A suspensão das visitas de advogados, assim como de atividades educacionais, laborais e religiosas, exceto para atendimentos emergenciais de saúde, é uma medida drástica que visa reforçar o controle e a segurança interna dessas instalações. No entanto, levanta questões sobre o impacto dessas restrições no bem-estar dos detentos e na sua reabilitação, uma vez que o acesso a esses serviços é frequentemente visto como parte fundamental dos esforços de reinserção social.
O Brasil mantém cinco presídios federais de segurança máxima, localizados em Mossoró (RN), Catanduvas (PR), Campo Grande (MS), Porto Velho (RO) e Brasília (DF). Essas instalações são essenciais para o isolamento de criminosos de alta periculosidade e para a manutenção da segurança pública.
A fuga ocorrida, portanto, não apenas representa um desafio logístico e de segurança imediato, mas também levanta questões mais profundas sobre a eficácia do sistema penitenciário federal brasileiro em lidar com criminosos de alto risco.
A decisão de suspender temporariamente certos direitos dos detentos é uma resposta imediata a uma situação de emergência, mas também indica a necessidade de uma revisão e possível fortalecimento das políticas e práticas de segurança nas prisões federais.
A longo prazo, será fundamental equilibrar as medidas de segurança rigorosas com a garantia dos direitos humanos e a promoção de programas eficazes de reabilitação e reinserção social, para não apenas prevenir fugas, mas também abordar as causas subjacentes da criminalidade.
Na verdade, esses sistema nos presídios está falido há muito tempo.