O deputado Toni Cunha (PTB) acusou o governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), de pedir permissão à Assembleia Legislativa do Estado de uma suplementação de verba publicitária de 25 milhões de reais, para “beneficiar o grupo de comunicação da família dele”. A acusação foi feita em um vídeo, em que o deputado fez pesados ataques ao governador, definindo o governo atual como “o mais corrupto da história do Pará”. Cunha disse também que Helder “está destruindo o Pará”.
Além do grupo RBA, da família Barbalho, o deputado afirma que a verba publicitária vai servir também para manter calada a “mídia comprada”. Toni Cunha destacou no vídeo que a atual situação do Estado do Pará é de calamidade e descalabro e que Helder Barbalho é responsável por casos de corrupção e fraudes, envolvendo centenas de milhões de reais, que não chegam ao conhecimento da população, “porque a maior parte da mídia está absolutamente comprada”.
Ao enfatizar a situação de necessidade que a maioria dos cidadãos paraense enfrenta, sem emprego, sem segurança, com um serviço de saúde precário, sem alimentação e com as estradas destruídas, o deputado alerta que o governador enviou um projeto de lei para a Alepa pedindo mais R$ 25 milhões de crédito suplementar para gastar até o fim do ano com publicidade.
“Provavelmente, esse dinheiro também vai para a empresa dele e de sua família, do Grupo RBA”, acusou. Citando o controlador-geral da União, o deputado disse que “o Pará tem sido o estado onde mais se roubou durante a pandemia, 1 bilhão e 600 milhões de reais” e que agora ainda quer gastar mais 25 milhões com publicidade.
Segundo o deputado, o projeto com o pedido de crédito suplementar deve entrar na pauta nesta terça-feira (19), na Assembleia Legislativa, onde o governador tem esmagadora maioria.
O Ver-O-Fato procurou o gabinete do governador Helder Barbalho e a Secretaria de Comunicação (Secom) para repercutir as declarações do parlamentar. Estamos aguardando a manifestação de Helder.
Inicialmente, a Secom pediu cópia do vídeo para verificar o que continha a denúncia, condicionando o envio da gravação para a manifestação oficial. Depois, cobrada sobre a manifestação, preferiu o silêncio ensurdecedor.
Tem sido assim a relação da assessoria de Helder Barbalho com o jornalismo independente. O descaso e o desapreço. Nada a estranhar, partindo de um governo que aposta suas gordas verbas publicitárias naqueles que estão disponíveis para massagear o ego de porcelana do governador.