O MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) segue invadindo uma série de propriedades desde o dia 15 de abril, no chamado “Abril Vermelho”, período que o grupo faz essas ocupações em protesto contra as políticas de reforma agrária do próprio governo que ele apoia.
Nesta quinta-feira (25), os sem-terra invadiram a Fazenda Mutamba, pertencente à Sérgio Mutran, da tradicional família da região. Mutran está às voltas também com ladrões de madeira e predadores da reserva florestal da propriedade que é protegida por lei. Neste segundo caso, o empresário já tem liminar concedida pela justiça contra os invasores.
No caso da invasão do MST, o Portal Ver-o-Fato teve acesso ao boletim de ocorrência. No documento é relatado que, por volta de 9h da manhã, funcionários realizavam limpeza do pasto do fundo da fazenda, que fica cerca de 4 km da sede, quando um grupo de 30 pessoas armadas com espingardas aproximou-se e ordenou para que os funcionários e tratoristas se retirassem do local.
A polícia esteve no local, mas os invasores, numa estratégia bastante conhecida, deixaram a área, pretendendo retornar assim que os agentes da lei saírem. Eles mantém vigilância sobre os passos da polícia, mas continuam a praticar crimes, como roubo e morte de gado, segundo relatos.
Essas invasões, segundo o MST, fazem parte da Jornada Nacional de Lutas em memória ao Massacre de Eldorado do Carajás, onde ocorreu em 17 de abril de 1996 a morte de 21 camponeses. O lema deste ano do movimento é “Ocupar para o Brasil alimentar”.
No Planalto Central, ocorre outra ocupação. Cerca mil famílias do Distrito Federal e Entorno ocuparam, na madrugada de segunda-feira (22) uma área de 8 mil hectares da usina CBB, em Vila Boa de Goiás.