O sinal de celular da mulher que ‘sumiu’ com o filho, de cinco anos, em Santos, no litoral de São Paulo, ajudou a Polícia Civil a localizar a região onde ela está. A Justiça já expediu o mandado de busca e apreensão do garoto, que não é visto há uma semana.
Ao g1, a delegada responsável pelo caso explicou que a corporação trabalha para descobrir o endereço exato. ‘Estamos quase lá’, disse. A criança tem a guarda compartilhada entre o pai e a avó paterna, conforme decisão provisória da Justiça. De acordo com o boletim de ocorrência, a avó do menino o levava à escola no dia 23 de abril quando foi surpreendida e empurrada pela mãe dele, no bairro Ponta da Praia, em Santos (SP).
Segundo a delegada Deborah Lázaro, da Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de Santos, foi possível localizar a área onde a mãe está por meio de um recurso utilizado pela polícia, que capta os sinais do celular. “É uma subtração de incapaz. E, talvez, analisando posteriormente o caso, haja o cárcere privado da criança. E aí, nós vamos analisar se caberia, dentro desse contexto, um pedido de prisão contra a mãe e contra as pessoas que a auxiliaram. Porque existem pessoas que a estão auxiliando”, afirmou a delegada.
Apesar do sucesso na localização da região, as equipes trabalham para encontrar o endereço de onde ela está com a criança. De acordo com a delegada, mais detalhes serão preservados para não prejudicar o andamento das investigações. Segundo a delegada relatou ao g1, Polícia Civil constatou que a criança foi levada contra a própria vontade. “Pelas cenas que foram veiculadas, você vê que a criança não queria ir com a mãe”, explicou a delegada.
“Foi uma cena muito violenta dela puxando o filho”. A delegada pontuou que a polícia tem urgência para recuperar a criança, uma vez que o bem-estar dela não está garantido no local onde a mulher o esconde. “Não sabemos a que ponto está a cabeça dessa pessoa [a mãe]. Acredito que ela não vá ofender a integridade física dessa criança, mas não sabemos com quem ela está e, principalmente, se a criança está sofrendo maus-tratos. Isso tudo nos preocupa”.
Histórico de abandono
Eduardo Cassiano, pai da criança, contou ter apresentado provas de que a mulher não cuida do filho deles e nem de uma filha de 17 anos, fruto de outro relacionamento dela. Ele alegou que a mulher pediu que ele e a mãe dele cuidassem do menino, enquanto a mulher afirmou o contrário. Ao g1, nesta segunda-feira, o assistente de transporte rodoviário de 50 anos disse que poderá se entender futuramente com a mãe de seu filho. Ele pede que a mulher o devolva voluntariamente.
“Eu apelo para que ela devolva de forma voluntária, e futuramente podemos nos entender para que ela conviva com garoto de forma segura, pois nunca foi minha intenção tirar o filho do convívio da mãe”, afirmou. Lázaro ressaltou que, em um primeiro momento, a mãe não seria detida pelo crime de subtração de incapaz.
No entanto, a situação ainda pode mudar no andamento das investigações. “A gravidade é porque não sabemos se a criança está trancada em um quarto, por exemplo, ou sendo bem alimentada”. A delegada acrescentou que o ‘encarceramento’ é uma situação em que a pessoa é mantida em um determinado local contra a vontade dela e sem condições de fazer contato externo. “Se você tem um telefone à mão ou um local para sair, então não está encarcerado”.