O deputado federal José Priante, candidato do MDB à Prefeitura de Belém, em uma coligação com 7 partidos, deu entrevista ontem ao programa Ver-o-Fato entrevista – Eleições 2020 – afirmando, entre outras coisas, que “Belém sofre de uma infecção generalizada”, que “parou no tempo”, com “problemas graves do século passado”, com “completa falta de capacidade de gestão” e que seu grande desafio, caso eleito, será tirar a cidade do atoleiro em que se encontra.
O candidato afirmou (veja a íntegra ao lado direito deste portal) que se sente preparado para assumir o cargo de prefeito de Belém, pois tem uma trajetória política intensa, bom relacionamento com os governos estadual e federal e sabe trilhar os caminhos para conseguir os recursos necessários para a consolidação de obras e projetos para enfrentar esta situação caótica em que a cidade se encontra.
Segundo o deputado, Belém tem um componente muito agravado, problemas do século passado, como o volume de lixo nas ruas, os pontos de alagamentos, a falta de macrodrenagem, enfim, uma série de necessidades que fizeram a cidade parar no tempo.
“É incrível como o tempo passou e a pauta continua a mesma. O grande desafio do próximo prefeito é tirar Belém do atoleiro, tirar a cidade do século passado e olhar para o século XXI. Construir uma agenda para o futuro que os prefeitos dos últimos 30 anos não conseguiram enfrentar”, disse.
José Priante ressaltou que, como deputado federal, presidiu várias comissões na Câmara Federal, inclusive como relator do orçamento do país, o que estreitou a relação dele com todo o Congresso Nacional, particularmente, fazendo o dever de casa para o Estado do Pará, através de emendas parlamentares.
Ele citou que conseguiu recursos, entre outras obras, para a duplicação da BR-316, no trecho entre Belém e Castanhal, e para a construção do viaduto do Entroncamento, além de conseguir agendar no Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), em Washington (EUA), uma reunião com o então prefeito Duciomar Costa, mesmo após o embate eleitoral que teve com ele, para consolidar os primeiros passos para o financiamento das obras para a macrodrenagem da Estrada Nova.
Para ele, a saúde da capital enfrenta o caos e o melhor retrato desta situação foi a fase inicial do ciclo da pandemia do coronavírus, com as UPAs fechadas e estranguladas, com as unidades sem capacidade de atender e socorrer as pessoas. “Se não fosse o braço forte do governo do Estado, abrindo as portas do Hospital Abelardo Santos e inaugurando a Policlínica para atender a população, essa cidade teria uma história diferenciada dramaticamente”, avaliou.
Priante prometeu, caso eleito, construir um hospital municipal para atender os pacientes com problemas cardiovasculares, pois segundo ele, os infartos e acidentes vasculares cerebrais são causadores de grande número de mortes na capital.
Sobre a proteção do patrimônio público e a degradação de praças, logradouros e monumentos públicos, o candidato disse que é preciso repensar a atuação da Guarda Municipal, com nova orientação organizacional e em sintonia com as políticas de segurança pública estadual e nacional. Ele disse que vai propor a criação da Secretaria Municipal de Segurança para cuidar do problema.
“Antônio Lemos deve ter um desgosto muito grande, no plano em que estiver, de ver tudo que foi construído a seu tempo deteriorado, largado. Isso é muito doloroso para todos que moram em Belém, a situação de abandono, do desprezo, da impotência, que resulta na baixa estima da cidade. As pessoas têm vergonha de receber visitas de turistas, porque a nossa cidade está muito sofrida”, ressaltou.
“Retrato quase medieval”
O candidato destacou que não é possível viver numa cidade em que 40 por cento dos moradores estão abaixo da linha da pobreza, em que cerca de 370 mil pessoas, em um universo de 1 milhão e meio de habitantes, não têm um fogão em casa, cozinhando a lenha e a carvão. “Isso é um retrato quase medieval. Nós precisamos encontrar uma saída econômica, otimizar as nossas vocações, nossa gastronomia, nossa musicalidade, reconstruir o caminho da Metrópole da Amazônia, da capital clássica da Amazônia”, ponderou.
Conforme Priante, o BRT simboliza toda a falta de capacidade de gestão do prefeito Zenaldo Coutinho, porque não é um problema financeiro, já que há disponibilidade de recursos. “Já perfaz mais de uma década que esta obra está inacabada e vamos ter que concluir, mas dentro de uma reavaliação, vendo o que está causando todo este embaraço, pois alguma coisa existe de errado. Nós vamos desvendar isso e revelar para a cidade nos primeiros dias que nos depararmos com o problema”, prometeu.
Priante também disse que, caso eleito, vai fazer um reordenamento no trânsito da capital, abrindo licitação no transporte coletivo para todos os eixos da cidade e organizando os transportes alternativos, enfim, implantando um plano de trabalho para acabar com a “bagunça generalizada na cidade”.
Outra medida anunciada por ele foi a criação da Secretaria da Mulher, para atender mães de família excluídas do mercado de trabalho, disponibilizando uma bolsa mensal e aumentando o número de vagas em creches.
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