O Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco), com o apoio do Grupo de Atuação Especial de Inteligência e Segurança Institucional (GSI), cumpriu na manhã desta segunda-feira (29) mandados de busca e apreensão em onze endereços localizados em Belém, Ananindeua e Santa Izabel do Pará, além de bloqueio e sequestro de bens e afastamento de funções públicas de servidores públicos, suspeitos de atuarem em um esquema delituoso que segundo a hipótese investigativa, foi instalado no Instituto de Assistência do Servidor Público do Estado do Pará (Iasep), autarquia do Governo do Pará incumbida de garantir a assistência à saúde aos servidores públicos estaduais e seus dependentes.
O esquema, segundo a notícia, funcionava da seguinte forma: um grupo de servidores do Iasep favorecia o hospital por meio de manipulação, de ausência e até mesmo de falsificação de auditorias das contas médicas apresentadas. Desta forma, a empresa recebia valores muito além dos serviços efetivamente prestados. Nesse diapasão, as contas médicas seriam superfaturadas tanto na quantidade do objeto como no preço cobrado.
A interlocução entre o grupo de servidores do Iasep e o proprietário do hospital seria outro servidor público cedido do Estado para o município de Ananindeua.
Com objetivo de instruir o procedimento, foi encaminhado ofício para o IASEP para que prestasse esclarecimentos preliminares sobre os fatos delineados na representação. O Instituto respondeu às indagações preliminares e apresentou anexos documentais comprobatórios, os quais, jungidos com os dados disponíveis em fontes de informações abertas e fechadas, foram apresentados em juízo para subsidiar o pedido das cautelares.
Na data de hoje foram apreendidos documentos que podem ter ligação com os fatos investigados.
A busca pelo patrimônio dos investigados, para cumprimento da ordem de bloqueio e sequestro de bens, está sendo providenciada ao longo da data de hoje, assim como a comunicação de afastamento de funções públicas dos investigados que, embora exonerados do Iasep quando a fraude foi descoberta, permaneceram em funções públicas em outros órgãos.
O deputado estadual Erick Monteiro (Federação PSDB/Cidadania/23) falou com a imprensa e destacou que tudo aparenta ser uma perseguição política e que “não irá se render”.
“Aconteceu porque eu estou aqui para responder como isso é uma perseguição política e eu como deputado estadual já estou fiscalizando o IASEP, eu acho que a gente tem que ir a fundo na questão do IASEP. A gente tem que ir pra cima e pra ver todas as irregularidades que estão havendo no IASEP. O que foi que aconteceu hoje? O que foi que aconteceu foi que ontem nós tivemos a inauguração de uma grande obra aqui e nós estamos incomodando muito o governador pelo trabalho que está sendo feito. E eles estão atribuindo ao nosso número de risco como se houvesse superfaturamento a questão do IASEP nos hospitais. Mas, na verdade, é a mesma tabela que são usadas para todos os hospitais. E eu deixo de esclarecer muito, eu posso ter que esclarecer muito, que quem comanda o IASEP, quem sempre comandou, foi o escritório do Souto Santana. que toda a equipe, o Bernardo, que é advogado do Escritório Centeno, eles que tomavam conta. A indicação da pessoa que anda com os processos dentro, o Pesteine, a indicação do Presidente Galeta, do Deputado Chicão, eu acho que a gente tem que apurar tudo isso, né? A gente, se tem um esquema no IASEP, eu acho que a ALEPA, eu acho que o Ministério Público tem que ir a fundo, em cima de todos os empregadores. Eu, como deputado, já dei entrada sexta-feira (26) pedindo a documentação daqueles que a gente acredita que tenha sim superfaturamento e pacientes fantasmas. Mas os agentes fizeram busca e apreensão na sua casa? Não, não fizeram, mas a ameaça era para a minha casa também. A ameaça era para a minha casa. E eles recuaram da ameaça da minha casa. Vou encaminhar e vamos botar pra frente essa situação do IASEP e outras coisas mais Por que que eles vieram até a IASEP? Eles vieram na casa do chefe de gabinete para tentar vincular a um servidor público de Ananindeua que na verdade não tem nenhuma ligação com o IASEP e nem nunca teve. A verdade é que o governador está aparelhando, usando os órgãos estatais para dar causa adversária às pessoas que não se ajoelham a ele. E nós não vamos se ajoelhar, nós vamos em frente. A gente acredita na Justiça, a gente acredita no Ministério Público e acima de tudo a gente acredita no povo do Pará e no povo de Ananindeua”, finalizou o deputado.
A equipe de reportagem do Portal Ver-o-Fato entrou em contato com as assessorias de comunicação de todos os citados e aguarda resposta.