O Tribunal Regional do Trabalho da 8ª Região cancelou na manhã desta sexta-feira as eleições para a diretoria da Federação das Indústrias do Pará (Fiepa). Segundo a decisão do desembargador Marcos Augusto Lousada Maia, da 7ª Vara da Justiça do Trabalho, as regras eleitorais do pleito foram desrespeitadas.
Em despacho, o desembargador afirma que, no processo para a escolha da nova diretoria “várias regras estatutárias não foram observadas, basicamente aquelas que definem a forma e os prazos a serem observados para a eleição de uma nova Diretoria”.
Sobre a reunião promovida pela atual diretoria para definir os rumos da eleições, o desembargador afirma que “ainda que a quantidade de votos que definiu o resultado da reunião do dia 6/4/2022 tenha sido expressiva, pois contempla ampla maioria das entidades filiadas à Fiepa, é certo que não se pode simplesmente ‘massacrar’, ‘esmagar’ a minoria restante, sob pena de submeter a entidade a um processo vicioso, onde somente terão vez e voz aqueles que estejam integrados à maioria”.
O questionamento sobre o andamento das eleições, aceito pela justiça, foi feito pela chapa de oposição, que tem como candidata à presidente da Federação a empresária Rita Arêas, vice-presidente da Fiepa e presidente do Sindicato das Indústrias de Confecções de Roupas do Estado do Pará, Sindusroupa.
“A decisão judicial é clara. Todas as regras que cercam o processo eleitoral à diretoria da Fiepa foram desrespeitadas e isso precisa ser questionado”, afirmou Rita Arêas. “Questionamos porque acreditamos em eleições limpas, respeitando o bom nome de uma instituição que é a casa do empresariado paraense, a Fiepa”, disse Rita Arêas.
Duas chapas concorriam às eleições da Federação das Indústrias do Pará. A chapa “Renovar”, de oposição à atual diretoria, tem como candidata à presidência a empresária do ramo de confecções Rita Arêas. “Não sou apenas eu a questionar o andamento desse processo eleitoral, suspenso pela justiça”, disse ela.
“Os sindicatos que fazem a Fiepa, base da nossa Federação, estão todos questionando o processo, que desrespeitou nosso regimento”, afirmou a empresária. “Estou pronta para disputar as eleições, desde que as regras eleitorais sejam respeitadas e não ignoradas como foram agora”, concluiu a candidata.
Com a palavra, a Fiepa
Em nota enviada ao Ver-o-Fato, a direção da Fiepa assim se manifestou sobre a decisão judicial:
” Atendendo à nova decisão do Tribunal Regional do Trabalho da 8ª Região, a Fiepa suspendeu a eleição desta sexta-feira (29) e deverá esperar o julgamento do mérito. Como a entidade ainda não havia sido notificada, manteve o horário da eleição às 8 horas. Às 9h40, ao receber a notificação, a Federação obedeceu à ordem judicial e suspendeu o processo. A urna, com os 18 votos registrados até o horário da suspensão, e a sala de votação, permanecem lacradas, aguardando nova decisão judicial”.