O Portal Ver-o-Fato teve acesso com exclusividade à denúncia protocolada no Ministério Público contra o vereador João Francisco dos Santos Silva (MDB), que é presidente da Câmara Municipal de Tomé-Açu. A denúncia é de organização criminosa para enriquecimento ilícito através do patrimônio público.
A denúncia protocolada por Ronaldo Alan Tavares Junior cita que há um esquema altamente organizado com estrutura e hierarquia empresarial onde ocorrem os crimes de direcionamento de licitação e lavagem de dinheiro público, com a internalização ao patrimônio privado dos acusados, além de peculato.
Segundo a denúncia, João Francisco é o chefe da organização, que tem o envolvimento de chefes da Comissão de Licitação, assim como empresários e seus “laranjas”.
Nos anexos da denúncia, estão a compra e desvio de um smartphone no valor de R$ 3.430,00, além de contratação da prestadora de serviços Ludynara de Almeida Rodrigues no valor de R$ 28 mil, sem nunca ter prestado qualquer serviço a Câmara Municipal. Nos anexos também, a inclusão de mais de uma dezena de funcionários “fantasmas”, e que segundo relatos fazem “rachadinha” com João Francisco.
Quem é João Francisco?
Fiel escudeiro do prefeito Carlos da Vila Nova (MDB), o vereador João Francisco está em seu terceiro mandato.
Em 2021, ele chegou a ser prefeito interino após a candidatura do até então prefeito eleito e hoje deputado estadual Carlos Vinícios (MDB) ser indeferida pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) por estar inelegível, acusado de ser mandante do assassinato do advogado Jorge Pimentel e do empresário Luciano Capácio, em março de 2013, em Tomé-Açu.
Um detalhe interessante no caso é que o atual prefeito é pai do deputado estadual, e também é acusado de ser mandante do crime. Pai, filho e o presidente da Câmara são do MDB, partido do governador Helder Barbalho.
Segundo denúncias de moradores da região e do advogado Eduardo Imbiriba, a polícia que no início montou uma mega estrutura para investigar o caso, deixou de operar com firmeza para prender os acusados e ainda segundo o advogado, o mandante do crime teria oferecido R$ 5 milhões para uma autoridade do judiciário em Brasília indeferir qualquer pedido de prisão preventiva dos acusados.
Com a palavra, os citados na matéria
A equipe de reportagem do Portal Ver-o-Fato entrou em contato com todos os citados na matéria – o prefeito Carlos da Vila Nova, o deputado Carlos Vinícios e o presidente da CM, João Francisco – fez ligações e mandou mensagens, mas não obteve retorno de nenhum deles.
O espaço está aberto às manifestações.