O juiz da 1ª Vara Civil e Criminal de Cametá, Marcio Rebello, pronunciou para julgamento pelo Tribunal do Júri, o empresário Rosivaldo de Jesus Pinheiro da Cruz, acusado de mandar matar a ex-mulher, Jaiane Nogueira Molinare, no ano passado, naquela cidade da Região do Baixo Tocantins, nordeste paraense.
Na decisão de pronúncia, o juiz também revogou a prisão preventiva do réu, para que ele responda ao processo em liberdade “monitorado por tornozeleira eletrônica”. Ele foi denunciado como mandante de homicídio triplamente qualificado, tendo pago ao executor do crime a quantia de R$ 4 mil.
O crime ocorreu na manhã do dia 6 de março de 2020, quando a empresária Jaiane Molinare foi encontrada morta por estrangulamento, dentro do banheiro de sua loja de confecções, localizada no centro da cidade de Cametá. Uma funcionária encontrou o corpo e acionou a polícia.
O acusado e a vítima mantiveram relação conjugal por cerca de quatro anos e tiveram um filho. As informações levadas ao processo dão conta de que no período anterior à morte da vítima, o casal estava separado, vinha passando por situações de brigas constantes e que ela já estava em novo relacionamento com outro homem.
O assassino confesso, Josias Machado dos Santos, pastor da igreja Assembleia de Deus, foi identificado nas imagens de uma câmera de segurança instalada dentro da loja. Ele disse que entrou no local por volta de 10 horas, fingindo que desejava fazer compras, e surpreendeu a empresária, levando-a para o banheiro, onde a matou estrangulada.
Pastor Josias foi condenado a 30 anos de prisão pelo crime, pelo qual recebeu R$ 4 mil do empresário, de quem havia se tornado amigo íntimo. O empresário estava preso preventivamente desde o dia 27 de agosto de 2020, a pedido do Ministério Público do Estado, considerando as declarações prestadas pelo pastor Josias, que afirmou ter executado o crime a mando de Rosivaldo Cruz.
O MP sustentou que a confissão de Josias dos Santos está de acordo com depoimentos de testemunhas, que afirmaram ter visto os dois envolvidos juntos no dia da morte de Jaiane Molinare, em 6 de março do ano passado.
Segundo as testemunhas, a motivação do crime pode ser o fato de a vítima não querer retomar o casamento, ainda que o empresário tenha insistido em várias ocasiões, e também pelo fato de ela ter dado entrada no pedido de separação e já estar em outro relacionamento.
Mas também consta no processo que a vítima havia emprestado entre 60 e 80 mil reais ao empresário para ele investir em uma vidraçaria, dinheiro que era de uma outra filha dela e que estava sendo cobrado insistentemente por Jaiane, depois que ela decidiu se separar dele, mas que ele nunca pagou.
Veja a pronúncia na íntegra: