A situação de endividamento entre os trabalhadores brasileiros e aposentados não apenas afeta a saúde mental individual, mas também tem implicações significativas para a economia como um todo.
Uma pesquisa recente da Onze, fintech especializada em saúde financeira e previdência privada corporativa, revelou que mais da metade dos trabalhadores brasileiros (63%) enfrenta problemas financeiros. O estudo, intitulado “Saúde & Gestão”, destaca a estreita relação entre a saúde financeira, mental e física dos funcionários.
Dos 770 entrevistados, metade relatou algum problema de saúde, evidenciando a conexão entre saúde financeira e bem-estar geral. Além disso, 20% dos participantes avaliaram que sua produtividade no trabalho está afetada ou poderia melhorar, sendo que 13% atribuíram seu desempenho comprometido aos problemas financeiros que enfrentam.
Entre os principais desafios mencionados pelos trabalhadores estão problemas financeiros (64%), questões relacionadas à saúde mental e emocional (57%) e problemas de saúde física (33%). Surpreendentemente, dois em cada dez trabalhadores relataram afastamento do trabalho, sendo que a maioria (55%) atribuiu o afastamento a problemas financeiros.
As principais causas apontadas foram dívidas do cartão de crédito (52%) e renda insuficiente para cobrir os gastos mensais (45%). Ranses Bonora, diretor comercial da Onze, enfatiza a importância das empresas compreenderem que a saúde financeira é um pilar fundamental da saúde mental e física dos colaboradores.
“Percebemos que há uma unanimidade em nossos estudos: problemas de dinheiro ficam à frente de todas as outras preocupações na vida das pessoas. A aflição financeira pode gerar desde ansiedade até problemas de relacionamento, tudo está conectado”, destaca Bonora.
Esses resultados destacam a necessidade de as empresas adotarem medidas para promover a saúde financeira de seus colaboradores, reconhecendo seu impacto direto na produtividade, no bem-estar e na qualidade de vida no ambiente de trabalho.
Os impactos do endividamento nacional
Aqui estão algumas maneiras pelas quais o endividamento generalizado pode impactar negativamente a economia e a vida econômica do país:
- Redução do consumo e investimento: Quando uma grande parte da população está endividada, há menos disponibilidade de renda para gastar com bens e serviços. Isso pode levar a uma redução no consumo, afetando negativamente as empresas e diminuindo a demanda por produtos e serviços. Além disso, o endividamento também pode desencorajar o investimento, já que as pessoas podem estar mais inclinadas a pagar dívidas do que a investir em novos empreendimentos.
- Restrição ao crédito: O endividamento excessivo pode levar os indivíduos e famílias a terem dificuldade em acessar novos créditos. Isso pode limitar suas capacidades de investimento em educação, moradia ou empreendedorismo, impedindo o crescimento econômico de longo prazo.
- Impacto na produtividade e no desempenho no trabalho: A preocupação constante com dívidas pode levar a altos níveis de estresse e ansiedade, afetando negativamente o desempenho no trabalho e a produtividade. Funcionários preocupados com suas finanças podem ser menos focados, menos motivados e mais propensos a faltar ao trabalho, o que pode impactar negativamente a eficiência e a competitividade das empresas.
- Pressão sobre os sistemas de assistência social: Se o endividamento leva as pessoas a não conseguirem pagar suas contas básicas, como moradia e alimentação, isso pode aumentar a demanda por assistência social do governo. Isso coloca pressão adicional sobre os recursos públicos e pode levar a cortes em outras áreas importantes, como saúde e educação.
- Diminuição da poupança e da capacidade de investimento: Quando as pessoas estão lutando para pagar suas dívidas, muitas vezes não têm capacidade de poupança. Isso significa que têm menos recursos disponíveis para investir em educação, empreendedorismo ou outras oportunidades que possam impulsionar o crescimento econômico a longo prazo.
Em resumo, o endividamento generalizado não apenas tem um impacto negativo na saúde mental e no bem-estar individual, mas também pode minar o crescimento econômico e a estabilidade financeira do país como um todo. É crucial que sejam implementadas políticas e programas para ajudar a aliviar o endividamento e promover a educação financeira, visando melhorar tanto a saúde financeira quanto a mental da população e impulsionar o crescimento econômico sustentável.