Um fazendeiro de Dom Eliseu, revoltado com o que estão fazendo no município dele e no vizinho, Rondon do Pará, denuncia ao Ver-o-Fato um acelerado desmatamento na região cortada pela rodovia federal BR-222. “Estão desmatando e também roubando madeira”, diz. O pior há muitos que aprovam e incentivam a devastação, mas a maioria consciente é contra, embora nada possa fazer.
Ele cita o caso da região conhecida por Rio do Ouro, em Rondon, onde o desmatamento é assustador. “todo dia centenas de árvores são derrubadas e também há, além de fazendeiros inescrupulosos, ladrões que se aproveitam da situação e da completa ausência de fiscalização para roubar madeira. Os caminhões entram e saem impunemente”, afirma o fazendeiro, que não se identifica por temer represálias.
Segundo a denúncia, nem as reservas legais das fazendas estão sendo poupadas. Os ladrões também roubam madeira dessas áreas protegidas por lei. E por qual motivo o desmatamento foi acelerado nos dois municípios? Resposta: “O objetivo dessa devastação é abrir áreas de lavoura para o plantio de soja, que dá muito dinheiro. Tudo é feito de forma clandestina”, acusa.
Então, continua o denunciante, os fazendeiros que querem plantar soja não se importam com a devastação e o roubo de madeira, porque estão mesmo é interessados em abrir ou ampliar o novo negócio, com as commodities que ganham o mercado internacional. Plantar soja, no Pará, dá muito mais negócio do que garimpar ouro.
Sobre a ausência de fiscalização, a coisa é tão ruim, quanto o desmatamento: “As Semas de Rondon e Dom Eliseu nada fazem, são omissas e fecham os olhos para esses crimes ambientais, que fazem a Amazônia ser notícia constante dentro e fora do Brasil”, afirma, defendendo que o Ibama e a Polícia Federal “realizem uma força-tarefa para combater a devastação que está ocorrendo e prender os responsáveis”.