O Japão, país situado em uma das regiões de maior atividade sísmica do mundo, está constantemente sob a sombra de um possível terremoto devastador. Nesta sexta-feira, 9 de agosto, o primeiro-ministro Fumio Kishida anunciou que cancelaria uma viagem oficial à Ásia Central após especialistas emitirem um alerta sobre a necessidade de preparação para um megaterremoto. Este alerta é o primeiro desde a implementação de um novo sistema de monitoramento sísmico, criado em resposta ao terremoto catastrófico de 2011, que desencadeou um tsunami mortal e uma crise nuclear.
“Como primeiro-ministro, com a maior responsabilidade pela gestão de crises, decidi permanecer no Japão por pelo menos uma semana”, declarou Kishida à imprensa. O líder japonês planejava visitar Cazaquistão, Uzbequistão e Mongólia, além de participar de uma cúpula regional com cinco países. No entanto, a iminência de um evento sísmico potencialmente devastador levou à decisão de adiar os compromissos internacionais.
A Agência Meteorológica do Japão (JMA) destacou que, embora a probabilidade de um forte terremoto seja maior do que o normal, isso não significa que o evento ocorrerá com certeza. A decisão de emitir o alerta veio após um tremor de magnitude 7,1 atingir o sul do Japão, resultando em oito feridos e danos limitados a semáforos e veículos. O Japão, localizado no cruzamento de várias placas tectônicas no “Anel de Fogo” do Pacífico, experimenta cerca de 1.500 tremores por ano, a maioria de baixa magnitude.
Em Tóquio, uma das cidades mais populosas do mundo, o medo de um grande terremoto é uma realidade constante. A metrópole, com mais de 37 milhões de habitantes, está particularmente vulnerável devido à sua densidade populacional e à sua localização na rota de falhas geológicas. Embora as rígidas normas de construção antissísmica e a conscientização pública sobre medidas de emergência reduzam os danos causados pelos terremotos, a possibilidade de um megaterremoto atinge diretamente o coração do Japão.
Especialistas estimam que há uma probabilidade de 70% de um megaterremoto ocorrer nos próximos 30 anos, com potencial de impactar uma grande parte da costa do Pacífico do país e colocar em risco cerca de 300 mil pessoas. A preparação para esse cenário inclui não apenas a aplicação de normas de construção avançadas, mas também a sensibilização contínua da população sobre como reagir em situações de emergência.
O Japão, com seus 125 milhões de habitantes, continua a encarar a incerteza do futuro com resiliência, mas os recentes alertas reforçam a necessidade de estar sempre preparado para o pior.