Um bebê de um ano, Ayden Braqi, faleceu depois que um juiz da Suprema Corte determinou a interrupção de seu tratamento médico, encerrando uma batalha legal que envolveu decisões complexas e dolorosas. Ayden sofria de uma doença neuromuscular grave, progressiva e irreversível, sem cura conhecida, e estava internado desde os três meses de idade no Great Ormond Street Hospital (GOSH), em Londres.
O caso legal
Os advogados do hospital argumentaram que o tratamento de Ayden, incluindo suporte de vida, não era mais do seu interesse. Eles alegaram que o fardo do tratamento superava os benefícios limitados que ele poderia desfrutar. No entanto, a mãe do bebê, Neriman Braqi, discordava, afirmando que Ayden ainda sorria e apresentava momentos de interação, mesmo com sua condição.
Na quarta-feira, a Justiça Morgan decidiu que o suporte de vida de Ayden deveria ser desligado, justificando que essa decisão era baseada no bem-estar do bebê. “Levei em consideração as opiniões de sua mãe de que ele deveria continuar a ter esse cuidado e seus fortes desejos em relação a esta solicitação. Devo, no entanto, ter uma visão objetiva dos melhores interesses de Ayden do seu próprio ponto de vista e do ponto de vista, no sentido mais amplo, de seu bem-estar”, afirmou o juiz.
A decisão foi executada na quinta-feira, e Ayden faleceu pouco após a retirada da ventilação mecânica que o mantinha vivo. Ele estava cercado por sua família no momento da morte.
Devastação para a família
Neriman Braqi, que passava até 16 horas por dia ao lado de Ayden, descreveu a decisão como um momento de “tristeza desesperada”. O juiz reconheceu o amor incondicional da mãe: “Neriman amava Ayden com uma devoção que é difícil de expressar em palavras. Ela lutou incansavelmente por ele e não poderia ter feito mais do que fez.”
Resposta do hospital
Um porta-voz do GOSH destacou que a equipe médica tinha os melhores interesses de Ayden como prioridade, mas reconheceu o impacto devastador da situação para a família. “Ir ao tribunal foi o último recurso, e todas as outras vias haviam sido esgotadas. Esta tem sido uma situação incrivelmente difícil para todos os envolvidos, ninguém mais do que para a família de Ayden”, disse.
Ele também pediu desculpas pela dor causada à família, reforçando que todos, desde os médicos até os familiares, sempre buscaram o melhor para Ayden, mesmo sem concordarem sobre o que isso significava.
Do Ver-o-Fato, com informações do extra.globo.com