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Soa como escárnio – ou
melhor, um autêntico tapa na cara dos trabalhadores de Belém – a
decisão do presidente da Câmara Municipal, Orlando Reis, de
instituir o tíquete combustível para os vereadores, no valor de R$
2.880. Além disso, Reis quer aumento no tíquete alimentação dos
assessores parlamentares, dos atuais R$ 700 para R$ 2.450, mais de
três vezes o valor hoje pago. O total dessa farra com dinheiro público deve superar R$ 2 milhões.
O presidente da CMB, com
essas propostas, ainda pendentes de aprovação do Tribunal de Contas
dos Municípios (TCM) – que se espera não aceite carimbar tamanha
afronta à imensa maioria dos eleitores que não têm aumento do
auxílio-transporte para circular diariamente em ônibus velhos e
fedorentos -, tenta agradar a base aliada que apóia o prefeito
Zenaldo Coutinho, mas atrai a antipatia da oposição.
Aliás, os opositores que
não concordam com tais privilégios deveriam vir a público, da
tribuna da Câmara ou mesmo pela imprensa – o blog Ver-o-Fato
se coloca à disposição e concede espaço para as vozes
sintonizadas com a repulsa das ruas – dizer que abrem mão dessas
mordomias, caso sejam aprovadas pelo TCM.
Os atos de Orlando Reis,
publicados no Diário Oficial do Município, que de diário nada tem,
constituindo-se numa publicação quase “fantasma” e cuja maioria
dos eleitores da capital a ela não têm acesso, informam que o
tíquete-combustível será usado nos “veículos automotivos
particulares” de suas excelências.
Os funcionários da Câmara
que não são assessores dos edis estão revoltados com a triplicação
no valor do vale-alimentação e se preparam para cobrar explicações
de Orlando Reis.
Uma pergunta demolidora, a ser feita ao presidente,
seria a seguinte: por quê os nobres vereadores, tão preocupados com
a população, não pagam do próprio bolso o combustível que gastam
em suas andanças pela cidade?
Não vale resposta cínica.
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