A bebê Ana Vitória Corrêa dos Santos, de três meses, foi finalmente transferida para Belém, durante a noite de sexta-feira (19). Ela veio do Hospital Regional do Baixo Amazonas, em Santarém, para o Hospital das Clínicas Gaspar Viana, para prosseguir o tratamento, agora especializado, de uma doença cardíaca.
“Saímos de Santarém por volta de 21 horas e chegamos em Belém cerca de 23 horas. Saímos do hospital de ambulância e viemos de UTI aérea, com um médico e um enfermeiro acompanhando. Quando chegamos em Belém, uma ambulância já estava esperando para nos trazer ao Hospital das Clínicas. Ela foi entregue no leito 206-C”, disse ao Ver-o-Fato, agradecida, a mãe da bebê, Naila Ruana Corrêa Cruz.
Naila fez uma grande mobilização entre amigas e amigos e nas redes sociais em Santarém, na Região do Baixo Amazonas, oeste paraense, pedindo ajuda para socorrer a filha. O caso foi publicado pelo Ver-o-Fato – https://ver-o-fato.com.br/urgente-bebe-precisa-de-leito-em-hospital-de-cardiologia-mas-sespa-nao-atende/ -e a Secretaria de Saúde do Estado (Sespa) providenciou a transferência de Ana Vitória para a capital.
Na madrugada de ontem (20), a criança fez coleta para exames e pela manhã foi assistida por uma médica pediátrica, além de ser submetida a uma radiografia. Nesta segunda-feira (22), os exames serão avaliados pelos médicos, que deverão informar qual vai ser o tipo de procedimento a ser utilizado agora no tratamento de Ana Vitória, e se vai ser preciso ela ser transferida para outro estado, provavelmente São Paulo.
Depois que o socorro especializado chegou, após uma espera angustiante, a mãe de Ana Vitória fez vários agradecimentos públicos a quem apoiou e se solidarizou com o drama vivido pela família. Ela fez tudo o que pôde para conseguir um leito em um hospital especializado para a filha. E conseguiu.
Doença cardíaca
A mãe de Ana Vitória explicou que a bebê tem histórico de taquiarritmia desde a gravidez, pois com cinco meses de gestação, em um exame de ultrassom morfológico, foi identificado o coração em taquicardia, com 220 batimentos por minuto.
Ana Vitória tinha um mês de vida quando foi internada, em 15 de junho de 2022, apresentando sintomas gripais. Após dois dias de internação foi identificado que os batimentos cardíacos dela estavam muito acelerados (em média de 240 bpm em repouso chegando a 270 bpm em atividade), a taquicardia supraventricular que foi detectada na gravidez, explicou a mãe.
No dia 19 de junho, ela foi transferida de emergência para o Hospital Regional do Baixo Amazonas, onde deu entrada na UTI pediátrica, tendo crise de convulsão. Foram feitos vários exames e mesmo após todos os recursos terem sido utilizados, a equipe médica não descobriu a causa. Depois desse tempo todo, finalmente ela vai poder ter um tratamento especializado.