O coronel Dilson Júnior, comandante-geral da Polícia Militar do Pará, determinou que a corporação em todo o estado – cerca de 30 mil homens – permaneça de prontidão nos quartéis, para evitar que muitos, como já foi identificado pelo serviço de inteligência da PM, compareçam às manifestações do dia 7 de setembro, em atos de apoio ao presidente da República, Jair Bolsonaro.
A prontidão, no dia 7, segundo determina o Boletim Geral, começa às 8 da manhã e se estenderá “até o necessário” e considera a necessidade de “eventual emprego de uma tropa reserva, em razão das inúmeras manifestações sociais marcadas para o dia em que se comemora a independência do Brasil”. Ou seja, até quem estiver de folga deve estar preparado para convocação.
Pelas redes sociais, grupos de militares paraenses falam abertamente em participar das manifestações, mesmo à paisana e dizem não temer represálias, porque alegam estar exercendo seus direitos como cidadãos brasileiros.
O promotor militar, Armando Brasil, porém, requisitou da Corregedoria da PM os planos de atuação para as polícias no 7 de Setembro, as ações de monitoramento de adesão aos atos e os instrumentos para impedir a utilização e o emprego de armas de fogo. Brasil alerta: ” a participação em tais atos pode configurar crime militar e transgressão disciplinar”.
“Esses pedidos objetivam a prevenção de práticas vedadas pela Constituição Federal, que veda a participação de militares das Forças Armadas e de suas forças auxiliares em manifestações políticas porque isso pode redundar em crimes de incitação à indisciplina, motim ou mesmo concerto para o motim”, afirma o fiscal da lei militar
Segundo Brasil, “basta haver a organização e o ato preparatório de paralisação, quebra de hierarquia ou depredação de órgão público que isso, por si só, é crime” e pode ainda levar à exclusão da força policial.