Na última quarta-feira, o Departamento de Polícia do Missouri divulgou um vídeo que trouxe novas luzes sobre uma trágica abordagem policial ocorrida no dia 7 de novembro, em Blue Springs, nos Estados Unidos. O episódio resultou na morte de Maria Pike, de 34 anos, e sua filha de apenas dois meses, Destinii Hope. As imagens chocaram a comunidade local e reacenderam o debate sobre protocolos policiais em situações de crise.
O ocorrido
De acordo com as autoridades, a polícia foi chamada ao apartamento da família Pike para atender a uma ocorrência de perturbação doméstica. Mitchell Holder, parceiro de Maria e pai de Destinii, afirmou que o conflito começou devido a uma discussão entre Maria e sua mãe, Talisa Coombs, sobre os cuidados com a bebê. Segundo Holder, a avó da criança estava preocupada com o estado emocional de Maria, que havia sido diagnosticada com depressão pós-parto.
Por volta das 14h04, Holder abriu a porta para os policiais. Maria Pike estava no quarto, escondida dentro de um armário com a filha. Segundo a polícia, eles conversaram com Maria por mais de 11 minutos, tentando acalmá-la. Às 14h15, as imagens mostram Maria saindo do armário e sentando-se na cama com a bebê nos braços. Um minuto depois, ela aparece com uma faca em mãos e se dirige a um dos policiais, erguendo a arma branca acima da cabeça.
Os policiais reagiram disparando contra Maria. A mulher e a bebê não resistiram.
Reações e questionamentos
O vídeo divulgado gerou indignação entre familiares e vizinhos, que criticam a forma como os policiais lidaram com a situação. “Tudo o que eu quero é que entendam que agiram errado”, afirmou Mitchell Holder, visivelmente emocionado.
Uma vizinha da família, que pediu para não ser identificada, também questionou o uso da força letal. “Era uma mulher com um bebê nos braços, a polícia deveria ser capaz de lidar com isso sem tiros. Eles precisam ser melhor preparados para enfrentar situações assim”, desabafou.
Investigações em andamento
O Departamento de Polícia de Blue Springs está liderando a investigação sobre o caso. Assim que os trabalhos forem concluídos, o Gabinete do Promotor Público do Condado de Jackson decidirá se os policiais envolvidos enfrentarão acusações.
Até o momento, as autoridades não esclareceram os motivos que levaram à divulgação das imagens quase três semanas após o incidente, mas o conteúdo do vídeo reacendeu o debate sobre o uso excessivo da força e a necessidade de treinamento mais especializado para lidar com pessoas em estado de crise.
Do Ver-o-Fato, com informações do extra.globo.com