Por mais de um século, o mistério sobre a identidade de Jack, o Estripador, o infame assassino em série que aterrorizou Londres no final do século XIX, intrigou historiadores, criminologistas e curiosos. Agora, o pesquisador Russell Edwards afirma ter resolvido o enigma ao identificar o assassino como Aaron Kosminski, um imigrante judeu polonês que vivia no East End de Londres.
Edwards baseia sua conclusão em uma análise de DNA, realizada a partir de manchas de sangue e sêmen encontradas em um xale pertencente à quarta vítima de Jack, Catherine Eddowes. “Essa é a prova definitiva de que Aaron Kosminski era Jack, o Estripador”, declarou Edwards, que arrematou o xale em um leilão, intrigado pela preservação da peça.
Segundo o pesquisador, as manchas de sêmen presentes no xale correspondem ao DNA de um descendente de Kosminski, o que seria a prova crucial. Embora o pedido para exumar o corpo de Kosminski tenha sido negado, o material genético obtido reforça a teoria de que ele seria o responsável pelos assassinatos brutais que aterrorizam Londres desde 1888.
Kosminski: De suspeito a “culpado”
Aaron Kosminski, nascido em 1865, foi considerado o principal suspeito dos assassinatos logo após os crimes. O Dr. Robert Anderson, que chefiava o Departamento de Investigação Criminal de Londres na época, já havia identificado Kosminski como o principal suspeito. Relatórios policiais confidenciais, como o Memorando Macnaghten, também indicavam que Kosminski tinha um “grande ódio por mulheres, especialmente prostitutas”, além de tendências homicidas.
Entre agosto e novembro de 1888, Jack, o Estripador matou pelo menos cinco mulheres no bairro de Whitechapel, no leste de Londres. As vítimas, Mary Ann Nichols, Annie Chapman, Elizabeth Stride, Catherine Eddowes e Mary Jane Kelly, tiveram suas gargantas cortadas, e algumas sofreram mutilações pós-morte. A remoção de órgãos internos de três delas levou à especulação de que o assassino possuía algum conhecimento cirúrgico ou médico.
Evidências maçônicas e conspiração
Além das descobertas genéticas, Edwards avança com uma nova teoria: o envolvimento da maçonaria no caso. Segundo o pesquisador, Kosminski conseguiu escapar da polícia por causa dos laços maçônicos de seu irmão, que teria usado a fraternidade secreta para protegê-lo. Edwards acredita que Jack, o Estripador, seguia um roteiro maçônico, o que explicaria parte das mutilações e a escrita em giz encontrada ao lado do corpo de Catherine Eddowes: “Os Juwes são os homens que não serão culpados por nada”.
A grafia da palavra “Juwes”, semelhante ao termo usado por maçons, reforça a tese de que a comunidade maçônica pode ter desempenhado um papel na proteção de Kosminski, desviando a atenção das autoridades.
Vida e morte de Kosminski
A trajetória de Aaron Kosminski começou em Klodawa, perto de Varsóvia, onde nasceu e foi criado antes de emigrar com sua família para Londres, em 1882, devido ao crescente antissemitismo no Leste Europeu. Em Londres, Kosminski começou a exibir sinais de instabilidade mental, ouvindo vozes e, em 1890, após ameaçar sua irmã com uma faca, foi internado em um hospício. Kosminski passou os últimos anos de sua vida em instituições psiquiátricas, falecendo em 1919 no asilo de Leavesden, em Watford.
O caso de Jack, o Estripador permanece oficialmente sem solução, mas as afirmações de Russell Edwards reacenderam o debate. Para o pesquisador, a análise de DNA e suas teorias ligadas à maçonaria fornecem uma explicação plausível para os crimes, que chocaram o mundo no final do século XIX.
Do Ver-o-Fato, com informações do extra.globo.com