Na manhã desta terça-feira (10), um açougue foi alvo de ataque violento na feira do Samambaia, localizada no bairro do Icuí Guajará, em Ananindeua, região metropolitana de Belém.
Criminosos invadiram o local, roubaram mercadorias e destruíram o estabelecimento, deixando um rastro de vandalismo. Esse episódio é mais um reflexo do poder crescente das facções criminosas na periferia de Belém e cidades próximas, onde comerciantes e trabalhadores convivem com ameaças constantes.
As facções, que agora se expandem de forma alarmante pelo estado, impõem a chamada “taxa do crime” a comerciantes, mototaxistas e outros pequenos empreendedores da região. Aqueles que se recusam a pagar são alvos de represálias violentas, como no caso do açougue, um exemplo claro do clima de medo que se instaurou nas comunidades periféricas.
A cobrança dessas taxas, praticada por criminosos que demonstram a formação de um Estado paralelo que age à margem da lei e impõe sua própria ordem.
Enquanto isso, o governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), parece manter um silêncio inquietante sobre o aumento da criminalidade. Com foco voltado para as eleições municipais que se aproximam, Barbalho tem sido criticado por não priorizar o combate ao crime organizado, que já tomou conta de várias áreas da capital e seus arredores.
Em vez de um enfrentamento firme, o governo estadual aparenta assistir de longe ao avanço das facções e das milícias, sem oferecer uma resposta à altura do problema.
Nem polícia escapa
A ausência de ações efetivas por parte do governo não passa despercebida pela população, que se sente abandonada e vulnerável diante da violência crescente. Além dos comerciantes, as forças de segurança também estão na mira dos criminosos, que têm realizado ataques não só contra o comércio local, mas também contra policiais, aumentando a sensação de insegurança e impunidade.
Para os moradores da periferia, o poder das facções já não é mais uma ameaça velada, mas uma realidade diária. A falta de resposta do governo Helder Barbalho ao avanço desse Estado paralelo levanta sérias questões sobre o futuro da segurança no Pará e a eficácia da administração estadual em lidar com a expansão do crime organizado.
Enquanto os bandidos continuam a agir sem restrições, a população se pergunta quando o governo vai, de fato, priorizar a segurança pública em vez de questões eleitorais.
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