O futebol argentino voltou a ser palco de um grave incidente, desta vez envolvendo uma acusação séria contra o presidente do Talleres, Andrés Fassi. Segundo o árbitro Andrés Merlos, ele foi ameaçado de morte por pessoas ligadas ao dirigente, que portavam uma arma de fogo, após a eliminação do time de Córdoba na Copa Argentina, em uma partida contra o Boca Juniors.
Em entrevista à rádio DSports, Merlos relatou os momentos de tensão vividos após o jogo. “Entraram duas pessoas no meu vestiário, com uma arma de fogo. Só lhes faltou apertar o gatilho”, contou o árbitro, visivelmente abalado. Segundo ele, os agressores, que seriam próximos de Fassi, começaram a gritar e o ameaçaram de morte, enquanto um deles exibia uma arma de fogo. “Uma delas colocou a mão no bolso e vi a culatra de uma arma”, descreveu Merlos, que afirmou ter ficado com medo, mas tentou se manter calmo durante a situação.
A tensão começou durante a partida, válida pelas oitavas de final da Copa Argentina, disputada no último sábado (7/9). O Boca Juniors saiu na frente com um gol de Brian Aguirre, que gerou polêmica por ter sido precedido por uma jogada em que a bola teria saído pela linha de fundo. Sem o uso do VAR, o lance foi validado, provocando a indignação de Fassi, que foi flagrado ofendendo o árbitro durante o jogo. Após um empate por 1 x 1, o Boca avançou nos pênaltis, e o episódio explosivo se desenrolou nos bastidores.
De acordo com o canal TyC Sports, tanto Fassi quanto Merlos prestaram queixas formais contra o outro, aumentando a tensão entre as partes. Essa não é a primeira vez que os dois protagonizam um confronto. Em 2022, o dirigente do Talleres já havia sido suspenso por 30 dias após uma acalorada discussão com Merlos. No entanto, o incidente recente com uma arma de fogo eleva o conflito a outro nível, evidenciando o clima de hostilidade que tem permeado o futebol argentino.
A ameaça de morte a um árbitro, especialmente envolvendo um presidente de clube, lança luz sobre a crescente violência nos bastidores do futebol. Para muitos, o episódio reflete um ambiente de impunidade e pressão desmedida sobre os árbitros, que enfrentam não apenas a crítica técnica, mas também situações de risco físico. A resposta oficial das autoridades e da Associação de Futebol Argentino (AFA) será crucial para demonstrar que esse tipo de comportamento não será tolerado no esporte.
Até o momento, Andrés Fassi não se pronunciou diretamente sobre as acusações, mas sua postura tem gerado ainda mais controvérsias, dado seu histórico de confrontos com árbitros e membros da comissão técnica adversária. Enquanto isso, Merlos espera que as investigações esclareçam o ocorrido, alertando sobre os riscos crescentes que os árbitros enfrentam em ambientes de alta pressão.
O caso já está sendo acompanhado de perto pela imprensa argentina e internacional, levantando questões sobre a segurança dos profissionais do futebol e o que pode ser feito para impedir que episódios de violência, como esse, se repitam.
