Vinícius Júnior foi agraciado durante a cerimônia da Bola de Ouro, nesta segunda-feira, com o Prêmio Sócrates, nomeado dessa forma em homenagem ao ídolo corintiano e da seleção brasileira, conhecido por seu engajamento e ativismo político. O troféu foi entregue ao atacante brasileiro como reconhecimento pelos serviços prestados à sociedade pelo Instituto Vini Jr., um projeto voltado à educação de jovens por meio do esporte, fundado em 2020.
“Estou muito feliz de receber este prêmio, de poder ajudar tantas crianças. É improvável alguém que saiu da favela chegar onde cheguei. É um sonho muito especial para mm estar aqui com todos vocês”, celebrou Vini ao receber o prêmio.
O Instituto tem parceria com escolas públicas e oferece um programa de capacitação docente focado em práticas pedagógicas antirracistas, luta da qual o atacante do Real Madrid se tornou um símbolo. Ao longo das últimas temporadas, ele adotou uma postura combativa após sofrer inúmeros ataques racistas de torcedores rivais em estádios espanhóis.
Com os prêmios em mãos, Vini Jr foi elogiado pelo lendário ex-atacante Didier Drogba, mestre de cerimônia da premiação. Exaltado pelo marfinense justamente em razão de sua luta contra o racismo, o brasileiro falou que está cansado de falar sobre o tema, mas que entende que não pode abandonar a pauta.
“Estou preparado para sempre poder falar quando for necessário. Eu vim lutar elas crianças, espero que todos os jogadores possam nos ajudar. É muito triste eu ter que falar sempre sobre o racismo. Eu gosto de falar sobre futebol, é muito triste, mas quero pedir a força para seguir na luta. Que as crianças que venham a seguir, sofram menos”, afirmou.
Em seguida, Drogba reforçou seu apoio ao jogador e pediu punições mais severas para atos racistas. “Estamos com você. A gente espera uma solução há muito tempo. Esperamos ações dos governos para acabar com o racismo não só no futebol, mas na sociedade”.
Com Vini Jr. ainda no palco, a organização do evento ainda exibiu uma homenagem conjunta a três lendas do futebol que morreram recentemente: o Rei Pelé, o britânico Bobby Charlton e o espanhol Luis Suárez. “Falar de Pelé é uma honra para mim. Para mim e outros brasileiros, ele é um Deus. Ele colocou o nosso país em outro patamar. O seu legado é inenarrável”, disse o vencedor do Prêmio Sócrates.