Na noite desta segunda-feira, um ataque israelense próximo ao Hospital Rafic Hariri, a maior unidade de saúde pública do Líbano, resultou na morte de 13 pessoas, incluindo uma criança, e deixou outras 57 feridas. A informação foi divulgada nesta terça-feira pelo Ministério da Saúde do Líbano.
O ataque, que ocorreu na região de Jnah, causou danos significativos à instalação hospitalar, com janelas quebradas e painéis solares destruídos, conforme relatou o diretor do hospital. Nas proximidades, quatro edifícios foram completamente destruídos, conforme relatou um correspondente da AFP.
As equipes de resgate continuavam a busca por sobreviventes na manhã de terça-feira, com a preocupação de que o número de vítimas pudesse aumentar. O correspondente da AFP no local ouviu um celular tocando sob os escombros, destacando a urgência da situação.
Entre os que estavam vasculhando os destroços estava Ola Eid, uma moradora da área. Ela descreveu momentos aterradores ao testemunhar o bombardeio de sua varanda. “As crianças brincavam no pátio”, contou Eid à AFP. “Eu estava jogando chocolate e doces para eles da minha varanda. Antes que eles pudessem pegá-los, o primeiro golpe atingiu, depois um segundo. Eu vi as crianças despedaçadas.”
O ataque ocorre em um contexto de intensificação das hostilidades, com Israel mirando os subúrbios ao sul de Beirute após avisos de evacuação para algumas áreas. O bairro de Ouzai, a poucos minutos de Jnah, foi um dos primeiros a ser atingido durante o conflito, segundo informações da Agência Nacional de Notícias (NNA) do Líbano.
Embora houvesse avisos de evacuação em outras áreas, o entorno do Hospital Rafic Hariri, que é densamente povoado e tem recebido um grande número de deslocados de regiões mais ao sul, não recebeu alertas semelhantes. O hospital do Sahel, situado a menos de dois quilômetros de Rafic Hariri, também atendeu a vítimas dos ataques israelenses.
Desde o início do conflito, que dura quase um mês, a guerra entre Israel e o Hezbollah já resultou na morte de pelo menos 1.489 pessoas no Líbano, conforme dados do Ministério da Saúde libanês, e deslocou mais de um milhão de pessoas.
Os últimos ataques em Ouzai e Jnah intensificaram o êxodo de residentes, aumentando a pressão sobre os abrigos que tentam acomodar os deslocados em meio a uma situação humanitária cada vez mais crítica.
Do Ver-o-fato, com informações de oglobo.globo.com