A propaganda milionária do governo do Estado, cuja cadeira é ocupada hoje pelo inquilino Helder Barbalho, vendeu a reinauguração – mais uma do velho e remendado estádio Mangueirão – como obra perfeita, “padrão Fifa”, embora com valores finais superiores a R$ 150 milhões.
Tudo beleza, cadeiras novas nas arquibancadas, camarotes luxuosos, servindo do bom e do melhor aos convivas torcedores, iluminação top, à base de LED, som de alta qualidade, estacionamento nos trinques. Enfim, na propaganda, é como se um novo estádio tivesse sido construído. Um evidente exagero.
O problema, porém, não envolve cimento, painéis solares, telas, elevadores, ,luzes caras, cadeiras confortáveis, bebidas e comidas de preços proibitivos. O buraco é bem mais embaixo e envolve denúncia de tratamento ruim – para dizer o mínimo – e atenção aos cadeirantes.
Como revela um vídeo enviado ao Ver-o-Fato, os cadeirantes foram alojados, nesse novo desenho do Mangueirão, em um espaço onde eles pegam chuva e ficam sujeitos à humilhação de não terem a quem recorrer.
No vídeo, um torcedor, molhado e sem assistência, aguarda que algum zeloso funcionário apareça por lá para resgatá-lo, já que ele, com visíveis limitações, não tem como escapar do aguaceiro.
Um caso a ser investigado pela Promotoria de Defesa das Pessoas com Necessidades Especiais. O vídeo dispensa outras alegações. Ou explicações.
A pergunta que fica no ar é a seguinte: será que os “gênios” que projetaram o tal de “novo” Mangueirão não pensaram na possibilidade de a chuva cair sobre os cadeirantes-torcedores? Ou achavam que eles poderiam sair correndo na hora do aguaceiro?
VEJA O VÍDEO: