O Tribunal de Justiça do Estado do Pará (TJPA) suspendeu a licença de operação da mina de Onça Puma, da mineradora Vale, na noite de ontem. A Secretaria do Meio Ambiente do Pará (Semas) havia suspendido os trabalhos de Onça Puma em fevereiro deste ano, alegando descumprimento de condicionantes ambientais.
A suspensão ocorreu após o TJPA ter concedido liminar à Vale que autorizava o funcionamento da mina depois de uma primeira suspensão determinada pela Semas em fevereiro. Em 1º de março, o Estado interpôs recurso de agravo de instrumento ao TJPA, que proferiu a decisão suspendendo a licença de operação de Onça Puma.
Onça-Puma é a única mina de níquel da Vale no Brasil e atualmente está passando por um projeto de expansão, com a instalação de um novo forno, de 85 megawatts, com investimento estimado em 560 milhões de dólares. O projeto deve adicionar mais 15 mil toneladas/ano de produção de níquel contido em ferro-níquel a partir do segundo semestre de 2025.
A Vale informou em comunicado que recorrerá da decisão. “A Vale adotará as medidas judiciais cabíveis para buscar reverter a decisão perante o TJPA, assim como nos tribunais superiores em Brasília”, disse a mineradora.
O imbróglio envolvendo as licenças estaduais ocorre num momento em que a capacidade de relacionamento político da Vale com governos, tanto o federal quanto locais, está em xeque.
Na verdade, segundo revelou uma fonte ao Ver-o-Fato, as relações entre a direção da Vale e o governador Helder Barbalho estão tensas há meses e os dois lados têm queixas um do outro. Detalhe: a empresa construiu nove Usinas da Paz, no governo de Helder e entregou prontas para o Estado. Helder, na propaganda, trata a doação como obra do governo.