O pai e responsável financeiro de um aluno do curso de Bacharelado em Educação Física da Universidade de Amazônia (Unama), Paulo Jordão Rodrigues, recorreu ao Ministério Público do Estado, através do atendimento remoto, para garantir que o filho prossiga os estudos e não seja prejudicado pela instituição.
O fato é que, mesmo tendo efetuado os pagamentos de todo o primeiro semestre de 2020, no início da pandemia de Covid-19, quando as aulas passaram a ser pela internet, o aluno Gabriel Rodrigues não teve liberado pela Unama o acesso ao portal do aluno, por uma série de erros internos, e ficou sem assistir aulas, perdendo todo o período.
Durante o primeiro semestre de 2020, o pai do aluno, que é jornalista, procurou várias vezes a Unama para tentar resolver o problema, mas a informação que passaram foi de que ainda não haviam fechado a turma do turno da noite, por falta de alunos, e que assim que a situação fosse resolvida, ele seria comunicado.
A partir de março de 2020, a Unama parou o atendimento presencial, mas um dia antes, o pai procurou o então coordenador do curso e explicou a situação do aluno, ficando ele de resolver o problema, o que novamente não ocorreu.
‘Eu então abri novo chamado, pedindo uma solução para o problema, pois tinha feito uma negociação para continuar pagando as mensalidades. A informação que me passaram foi de que o aluno já estava matriculado e que a situação estaria resolvida. Mas o coordenador do curso foi substituído e ninguém resolveu a questão, ficando o aluno prejudicado, perdendo o primeiro semestre”, ressalta o pai do aluno.
Gabriel Rodrigues só teve acesso ao portal do aluno no segundo semestre de 2020, cursando normalmente as matérias de forma remota. Mas quando o pai do aluno procurou a Reitoria para saber a providência que seria tomada em relação ao primeiro semestre, foi encaminhado ao atual coordenador do curso de Bacharelado em Educação Física.
Após explicar a situação ao novo coordenador, este se mostrou interessado e constatou que realmente o aluno não teve acesso ao portal do aluno da Unama no primeiro semestre do ano passado e não assistiu nenhuma aula presencial.
O coordenador fez um relatório sobre a situação do aluno e encaminhou para a Reitoria da Unama, que demorou mais de um mês para dar a resposta. Enquanto isso, neste atual semestre, a instituição liberou o acesso do aluno ao portal de forma precária, exigindo o pagamento da rematrícula deste ano.
Reitor nada fez
Quando o pai do aluno pensou que o reitor da Unama fosse resolver o problema, este lavou as mãos e encaminhou a questão de volta para a diretora financeira, que por sua vez, afirmou de forma grosseira que não iria remanejar os pagamento já efetuados, nem devolvê-los, “pois o erro tinha sido do aluno”.
“A minha decepção foi completa, me senti lesado com meu filho, desrespeitado por uma instituição que eu considerava séria. Senti que a Unama está querendo roubar o sonho do meu filho. Isso depois de eu ter ido várias vezes tentar resolver o problema, me arriscando inclusive a me contaminar pelo coronavírus, sendo do grupo de risco. Agora espero que o Ministério Público tome as providências necessárias para corrigir esse absurdo”, completou o jornalista.
Veja o documento encaminhado à Unama
Ao: Coordenador do Curso de Bacharelado em Educação Física da Unama.
Sou o pai e responsável financeiro do aluno Gabriel Rodrigues, matriculado nesta instituição desde o início do ano de 2020 e, a seu pedido, informo a seguir os acontecimentos que resultaram na perda do primeiro semestre do aluno.
Conforme o senhor mesmo constatou nos seus levantamentos nesta instituição, o aluno não participou de nenhuma aula remota ou presencial neste referido curso durante o primeiro semestre de 2020, tanto que não consta nenhuma nota em nenhuma das matérias que ele deveria ter cursado. Inclusive nenhum 0 (zero) que deveria constar caso ele tivesse cursado alguma matéria e não tivesse feito prova.
Desde o início do ano de 2020 eu mesmo procurei solucionar a questão da matrícula do aluno Gabriel Rodrigues, mas a informação que me passaram foi de que ainda não haviam fechado a turma do turno da noite, por falta de alunos e que assim que a situação fosse resolvida, eu seria comunicado.
Infelizmente, com a pandemia do coronavírus, a Unama parou o atendimento presencial, cujo mês, se não me falha a memória, foi em março. Um dia antes, eu procurei o então coordenador do curso e expliquei a situação do aluno, ficando ele de resolver o problema, o que novamente não ocorreu.
Eu então abri novo chamado, pedindo uma solução para o problema, pois tinha feito uma negociação para continuar pagando as mensalidades. A informação que me foi passada foi de que ele já estava matriculado e que a situação estaria resolvida.
Ocorre que não liberaram o aceso do aluno Gabriel Rodrigues ao portal do aluno da Unama e, mesmo eu tendo ido várias vezes tentar uma solução, me expondo inclusive a ser contaminado pela Covid-19, não teve quem resolvesse o problema.
O resultado foi que só liberaram o acesso do aluno ao portal do aluno no segundo semestre de 2020, quando ele começou efetivamente a assistir aulas remotas e algumas presenciais.
Durante esse tempo, eu procurei uma solução para o problema, até fazer um acordo com a Unama, mas não fui atendido. Como o senhor pôde comprovar, meus esforços foram infrutíferos.
Todas estas informações eu já lhe passei na conversa que tivemos. Só estou mandando por escrito a seu pedido.
Aguardo a solução do problema.
Belém, 18 de janeiro de 2021
Paulo Jordão
Com a palavra, a Unama
O Ver-Fato não conseguiu falar com ninguém da Unama sobre a denúncia do pai do aluno e o encaminhamento do caso ai Ministério Público. O espaço está aberto às explicações da instituição de ensino.
Discussion about this post