Mais um homicídio com todas as características de execução por ordem do tribunal do crime foi registrado ontem, em Parauapebas, na Região Carajás, sudeste paraense, como forma de aviso de uma facção criminosa para as autoridades constituídas: o poder paralelo do crime continua em plena atividade no Pará.
A vítima desta vez foi o maranhense Maicon Pinto Marques, de 30 anos, que estava desaparecido da cidade desde o início da tarde de segunda-feira, quando foi visto pela última vez pela mulher dele, Jaciane Costa Pereira. O corpo do homem foi encontrado na tarde de terça-feira, com o pescoço cortado, em uma área de mata do município.
Segundo a companheira do rapaz, ele estava em Parauapebas havia três meses e, desde segunda-feira, tinha sumido de casa. Ela disse que Maicon Marques veio do Maranhão em busca de trabalho na área da construção civil e saiu de casa levando as chaves, deixando-a de fora do imóvel quando retornou do trabalho por volta das 18 horas.
O desaparecimento foi registrado por ela na 20ª Seccional Urbana da Polícia Civil, onde relatou que ambos moram no Bairro Novo Brasil e quando viu o marido pela última vez ele estava de bermuda azul e vermelha, chapéu colorido e camiseta de meia branca. Uma irmã do rapaz disse que ele era usuário de drogas no Maranhão.
Na noite de ontem, os familiares do rapaz tiveram acesso a um vídeo que circula nas redes sociais em que ele aparece sentado no chão, em um matagal sendo interrogado supostamente por membros de um tribunal do crime da facção criminosa Comando Vermelho, provavelmente a mesma que o assassinou, porque ele iria abandonar a facção e ingressar em outra.
Por volta das 16h de terça-feira, o Centro de Controle Operacional (CCO) recebeu informação de que havia um corpo em uma grota no final da Rua 14, no Bairro dos Minérios. O cadáver foi encontrado e removido pelo Corpo de Bombeiros. Em seguida foi confirmada a identidade do rapaz. Ele estava só de cueca, com a mesma camisa em que aparece no vídeo, com as mãos amarradas e com um golpe profundo no pescoço.