Enquanto torcedores do Remo dão a partida desta quarta-feira à noite na Curuzu, como “favas contadas”, preparando o velório, enterro e sepultamento do Papão no campeonato deste ano, além de uma camisa em comemoração ao título de “campeão de 2022”, os torcedores do Paysandu, pelo menos a maior parte, destila críticas contra o desempenho do time, na goleada sofrida no último domingo, no Baenão. Para alguns, porém, nem tudo está perdido.
“Se vocês têm honra, joguem pela honra e respeitem essa camisa gloriosa e essa torcida imensa e magistral”, disse Fernando Carlos Oliveira, torcedor bicolor em conversa com o Ver-o-Fato. Para ele, a atuação do time, no domingo, “foi vergonhosa, um vexame”.
A torcedora Laurimar Sena Costa entende que o atual elenco bicolor “não tem alma, raça, ou espírito de reação” para virar placares, como ocorreu nas últimas goleadas, inclusive para o Castanhal, CSA (pela Copa do Brasil), e para o próprio Remo. “Não tem goleiro, os zagueiros são péssimos e no meio há atletas em fim de carreira, bichados e sem compromisso com o clube”, enfatiza.
Há, porém, bicolores que discordam dos torcedores pessimistas. Osvaldo P. Fernandes lembra que o Papão já produziu “viradas históricas” e que já aplicou a maior de todas as goleadas da rivalidade, massacrando o Remo por 7 a 0, em pleno Baenão, em 1945. “Até hoje eles (remistas) convivem com esse pesadelo”, afirma.
Uma virada lembrada, dentro da Curuzu, ocorreu em 1971, quando o Leão vencia por 2 a 0 e o jogador Alcino sentou na bola, tripudiando sobre o adversário, o que resultou na expulsão dele e reação avassaladora do Papão nos minutos finais, empatando a partida, levando para prorrogação e a vitória bicolor por 3 a 2, conquistando o título de campeão.
Os remistas estão eufóricos e garantem que nesta noite na Curuzu será um jogo, apenas um passeio, para carimbar a faixa de campeão dentro do estádio do rival. Ermínio Oliveira tira sarro e argumenta que os torcedores adversários “estão desesperados”. Segundo ele, um vizinho, no Guamá, avisou que nem vai assistir o jogo pela TV Cultura, menos ainda ir à Curuzu.
” É vergonha, medo de levar outra sova. Entendo os amigos bicolores, não é fácil suportar isso”, resume Oliveira. Outros remistas querem apenas comemorar o título que já consideram sacramentado. “A cerveja e o churrasco já estão providenciados, os fogos, também”, diz Raimundo Costa. Ele conclui: “aos fanáticos pelo Paysandu recomendo que “não ouçam, nem assistam a partida para não sofrer mais, correr o risco de ataque cardíaco. E passem numa farmácia para comprar um calmante. É muito bom”.
Na partida de hoje, o Papão precisa marcar três gols de diferença para levar a decisão aos pênaltis. Se ganhar por mais três, conquista o tricampeonato.
Veja a camisa do título que o azulinos antecipam: