Uma verdadeira bagunça a distribuição de ingressos gratuitos hoje pela manhã nas bilheterias do Teatro da Paz para o show da Fafá, ex-de Belém. O relato é do intrépido e sempre atualizado jornalista Francisco Sidou, que viu de perto o caos e a fila do povão, na rua, sob chuva e trovoadas.
“Duas filas começaram a se formar às 06 horas, uma de “preferenciais” e outra de “normais”… Uma das filas , a dos normais, dava uma volta completa no Teatro ( cerca de 1.500 pessoas) às 08 horas, quando a chuva começou a cair”, narra Sidou.
O jornalista observa: “A fila preferencial tinha cerca de 500 idosos, alguns com bengalas e outros em cadeira de rodas, todos pegando chuva. Alguns espertos aproveitaram a chuva para furar a fila abrigando-se com amigos que tinham sombrinhas ou guarda-chuvas. Nenhum agente de segurança para tentar organizar o caos”.
Finalmente, às 09 horas, quando abriram a bilheteria – relata ainda Sidou -, “muitos invadiram o local e as filas perderam sua “identidade”. Foi na base do salve-se quem puder…Em meio a todo esse sofrimento para conseguir um ingresso, soube-se que os camarotes e outros locais nobres do Teatro foram todos requisitados pelo gabinete do governador…”
Ferino e ao mesmo tempo irônico e com a verve que o caracteriza, Sidou resume a ópera bufa na frente e no entorno do Teatro da Paz: “Como nas arenas do Império Romano , o povo sofrido e pagante fica à distância nas galerias para ver o espetáculo. Os amigos do Imperador e a “nobreza” ocupam os camarotes e os principais locais”.
Tão Belém! como diz o Comendador Raymundo Sobral