Em um dos inesquecíveis (e repetidos) capítulos do Chaves, o garoto que mora no barril vai ao cinema e frustrado com o filme que passava na telona, diz: “eu preferia ter ido ver o filme do Pelé”. A célebre frase se popularizou aqui no Brasil, ganhando a conotação de um contexto em que você está em um lugar que não queria estar ou fazendo algo que não gosta, preferindo qualquer outra coisa, até mesmo estar “assistindo o filme do Pelé”.
Fila do banco: preferia ter ido assistir o filme do Pelé. RExPA morno, chuvoso e 0x0: preferia ir ver o filme do Pelé. Alguém que era incrível pela internet mas que pessoalmente não é nada interessante: eu preferia ir ver o filme do Pelé. Na pelada, quando seu time toma goleada e tu ainda faz gol contra: ver o filme do Pelé. Brasil 1 x 7 Alemanha: preferia que nem tivessem inventado o futebol.
Nessa semana surgiu uma polêmica nas redes sociais: um shopping vai fazer um cinema drive-in no seu estacionamento, em Belém. O filme será o Rambo e custará 140 reais para você entrar com seu carro. Os críticos dizem que é um preço muito salgado, outros que é um “engana rico”.
Eu só sei que é um empreendimento privado e por mim eles cobram o preço que quiserem pela novidade. Vai quem quer. Mas eu te pergunto: isso não tem grandes chances de se caracterizar um momento certo para frase aqui mencionada?
Me imaginando lá, vendo Rambo, tendo gasto 140 reais, todo desengonçado no banco do meu carro, dor nas costas, câimbra, alguém derrama refrigerante no banco, o carro ao lado toca o alarme, pensando que isso, o valor do ingresso, dava meio tanque de gasolina, sei não, certamente eu viraria o Chaves e, ao invés da frase, o choro: bibibibibibibibibi.
Ou trazendo para meu contexto: teria sido melhor ter ido ver o filme do Vandick.
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