O estado do Pará enfrenta um cenário alarmante de queimadas generalizadas que estão devastando todas as suas regiões. Este quadro caótico é exacerbado pela coincidência do período eleitoral com uma seca severa e uma onda de calor exacerbada pelas mudanças climáticas.
Embora o governador Helder Barbalho tenha implementado um decreto estadual proibindo o uso do fogo para limpeza de áreas, a eficácia da medida está sendo comprometida pela inação local e pela omissão das prefeituras, além da completa falta de estrutura material do próprio estado para combater os focos de incêndios, incluindo insuficiência de pessoal.
Nos últimos meses, incêndios florestais e queimadas têm se proliferado, especialmente ao longo das rodovias PA-150 e BR-222, que cortam importantes municípios como Moju, Tailândia, Goianésia, Jacundá, Nova Ipixuna, Dom Eliseu, Rondon do Pará, Abel Figueiredo e Bom Jesus do Tocantins.
A gravidade da situação é evidente, com grandes áreas de vegetação sendo consumidas pelas chamas, ameaçando a biodiversidade e a qualidade do ar na região. Os casos de problemas respiratórios acometem milhares de famílias, impactadas em sua saúde pela inalação da fumaça e seus agentes nocivos ao corpo humano. As unidades de saúde estão operando no limite.
Eleição rima com omissão
A crise é agravada pela aparente omissão das gestões municipais e das secretarias de Meio Ambiente. Em muitos casos, as autoridades locais têm demonstrado uma preocupante falta de ação para combater os focos de incêndio, mesmo estando cientes de suas origens e dos responsáveis.
A situação é ainda mais crítica devido ao contexto eleitoral atual, onde a preocupação com possíveis prejuízos eleitorais a candidatos aliados ao poder dominante tem levado a uma “vista grossa” por parte das administrações municipais.
A ineficácia na fiscalização e a falta de medidas preventivas e corretivas têm permitido que os incêndios se espalhem sem controle, comprometendo a segurança ambiental e a saúde das comunidades locais. Este comportamento negligente é um reflexo direto das prioridades políticas e da ausência de compromisso efetivo com a proteção ambiental.
Projeto de Helder, cinzas?
O estado do Pará, que se prepara para sediar a COP-30 em novembro de 2025, está em uma encruzilhada crítica. Se as autoridades estaduais e municipais não agirem com urgência para controlar as queimadas e implementar estratégias de gestão ambiental eficazes, as pretensões políticas do governador Helder Barbalho podem ser reduzidas a cinzas.
A comunidade e os ambientalistas fazem um apelo para que medidas rigorosas sejam adotadas imediatamente, para que o estado possa enfrentar a crise ambiental atual e manter suas promessas de liderança global em sustentabilidade.
É muito ruim para quem vai sediar a COP 30 saber que o Pará lidera os incêndios florestais no país. Isso é perturbador.