A Polícia Civil prendeu o professor Adalberto Siqueira Sanches Júnior, do Colégio Nazaré, na manhã desta terça-feira, 17, sob suspeita de estupro contra uma criança e uma adolescente que teriam entre 8 e 12 anos de idade. Além da prisão, cumprida pela Diretoria de Atendimento a Grupos Vulneráveis e pela Coordenadoria de Operações e Recursos Especiais, foram apreendidos computadores, celulares e arquivos de mídia. O material foi encaminhado para perícia técnica.
A Delegacia de Atendimento à Criança e ao Adolescente está apurando o caso. O suspeito dava aula em Belém e também era professor de karatê em uma academia, sendo formado em Licenciatura Plena em Educação Física pela UEPA. Ele foi encaminhado ao sistema penal.
Em nota, o Colégio Nazaré diz já tem conhecimento sobre o caso e tomou as devidas providências, afastando o professor de suas funções. “Repudiamos condutas impróprias e que deixam marcas na vida das vítimas. Somos solidários aos estudantes e famílias envolvidas nesse caso e nos colocamos à disposição para poder apoiá-las nesse momento. Da mesma forma, em relação às investigações das autoridades policiais”, resume a nota.
O Ver-o-Fato não conseguiu contato com os advogados do professor. O espaço está aberto à manifestação.
Caso de agressão contra menor:
Em 5 de fevereiro de 2020, Adalberto Sanches Júnior foi indiciado em inquérito policial, instaurado para apurar a prática de crime de lesão corporal leve, praticado em 23 de novembro de 2019, por volta das 22 horas, contra um aluno dele, o adolescente B. L. V. C., de 15 anos, no interior do próprio Colégio Nazaré. De acordo com o inquérito, o adolescente relatou que no dia e hora mencionados, acontecia no colégio um evento para alunos, com o professor Adalberto no local.
O garoto contou que, em determinado momento, corria no campo de futebol da escola, para pegar um caixa de som, quando o professor o imobilizou com uma “gravata”, no pescoço. Nesse momento, pediu para o professor parar, pois possui um problema de coluna. O adolescente relatou ainda que após o ocorrido, as atividades escolares continuaram e o investigado começou a zombar dele, até que o menor desafiou o professor: “Se o senhor é homem, venha me pegar de frente”.
Nesse momento, continua o garoto, Adalberto desferiu–lhe um tapa no rosto e um soco em seu abdômen, na direção do estomago, sendo que a vítima precisou ser atendida na Unimed. Os fatos foram confirmados pela mãe do adolescente, que disse que o professor pediu desculpas a seu filho, afirmando que tudo não passou de uma brincadeira. O exame de lesão corporal atestou a lesão referida pelo adolescente.
O Ministério Público fez a denúncia à justiça, destacando que a lesão produzida não resultou perigo de vida, nem alguma espécie de incapacidade para o adolescente. O MP salientou que os fatos apurados, até então, configurariam a prática do crime de lesão corporal leve, com pena privativa de liberdade inferior a 2 anos. O caso foi encaminhado para a Vara de Crime Contra Crianças e Adolescentes da Capital.
No final de fevereiro deste ano de 2021, pela agressão ao menor, considerada lesão corporal leve, Adalberto Sanches Júnior foi obrigado pela Vara de Execuções de Penas e Medidas Alternativas, do Tribunal de Justiça do Pará, a cumprir quatro meses de serviços à comunidade, durante sete horas semanais. A família do menor rejeitou a tentativa de conciliação em juízo. O Ministério Público pediu e o réu aceitou, que fosse contra ele fixada a pena restritiva de direitos. (Paulo Jordão e Emanuel Maciel)