A Prefeitura de Belém apresentou para a imprensa no final da tarde desta segunda-feira (16) o andamento da restauração do Mercado de São Brás, que após mais de um ano de obras, tem previsão de conclusão para o próximo mês de novembro. A equipe de reportagem do Portal Ver-o-Fato esteve presente no local.
A primeira parte do projeto conta com um centro de convenções que será entregue ao público nesta terça-feira (17) a partir das 17h. O projeto prevê a criação de um espaço que aliará alta gastronomia e opções populares, contemplando tanto os 193 antigos feirantes, quanto novos negócios, totalizando 330 estabelecimentos, segundo estima a gestão municipal.
O diretor da Companhia de Desenvolvimento e Administração da Área Metropolitana de Belém (Codem), José Akel Fares Filho, afirmou que o objetivo é transformar o tradicional mercado em um local inclusivo para todos os públicos, desde a tradicional feira popular até restaurantes de médio e grande porte.
“Queremos que o espaço ofereça alternativas que atendam a diferentes perfis de consumidores, harmonizando a convivência entre antigos permissionários e novos negócios”, explicou. Akel ainda afirmou para o Portal Ver-o-Fato que há projetos em parceria com a Funpapa dando total auxílio para evitar que pessoas em situação de rua ou viciados em drogas retornem para a área reformada.
A obra do arquiteto Aurélio Meira tem três andares, térreo, e inclui o centro de convenções, restaurante com vista panorâmica, terraço, área para as boieiras, feira, mezaninos, elevadores, escadas rolantes e estacionamento para mais de 200 veículos.
Os feirantes permissionários foram remanejados para uma nova área anexada ao antigo espaço onde ficavam anterioramente, agora divididos por categorias de negócios, com seções específicas para hortifruti, lanches, importados, eletrônicos, carnes e peixes. No espaço onde estavam espalhados, haverá três pisos, com áreas destinadas a restaurantes maiores, com espaço amplo e ar condicionado. Os novos permissionários pagarão valores superiores aos dos feirantes tradicionais.
Integrante da Comissão de Fiscalização de Obras e Serviços (Cofis), Rosana Martins, feirante há mais de 30 anos, comemorou as melhorias. “Estamos muito satisfeitos com o novo espaço, hoje eu estou aqui com uma alegria grande no peito. Finalmente teremos uma estrutura digna para atender os antigos e os novos clientes”, declarou.
O engenheiro responsável pela obra, Leonardo Santos, reforçou o compromisso da equipe em finalizar o projeto no prazo. “Temos trabalhado intensamente para garantir que o mercado seja entregue com tudo o que foi prometido, hoje estamos com cerca de 80% das obras concluídas. Temos alguns desafios, como o piso, que deve respeitar as características do original e dá um pouco mais de trabalho, mas tirando isso, tudo está dentro do planejado, com áreas de acessibilidade”, afirmou.
Além do centro de convenções, a área externa será preparada para receber grandes eventos, como shows de carimbó, o Batuque de São Brás e a Batalha de MCs, atividades que mantiveram o espaço vivo.
Inaugurado em 1911, o Mercado de São Brás e seu famoso teto quadriculado é um símbolo histórico e cultural de Belém, carregando memórias afetivas de várias gerações.Antes de sua atual restauração, o local passou por duas intervenções: uma em 1999, durante a segunda gestão do prefeito Edmilson Rodrigues (na época PT e hoje Psol) e outra entregue em 2013, na administração de Zenaldo Coutinho (PSDB), iniciada durante a segunda gestão de Duciomar Costa (PTB).
Para garantir a segurança, a prefeitura anunciou que uma empresa terceirizada será contratada para atuar 24 horas no local, uma vez que a Guarda Municipal de Belém não possui efetivo suficiente para assumir a tarefa.
O diretor da Codem, Alessandro Reis, afirmou ao Ver-o-Fato que a entrega final está prevista para meados de novembro e será acompanhada de um processo de chamamento público para novos permissionários, que deverão se candidatar através do site da Codem na próxima semana.
Segundo o secretário municipal de urbanismo, Lélio Costa, o investimento total soma quase R$118 milhões, provenientes de recursos federais e municipais. A requalificação do espaço deve gerar cerca de 3.500 empregos diretos e indiretos até a COP-30, em novembro de 2025.