A Polícia Civil de Goiás deflagrou uma operação para prender suspeitos de tortura, cárcere privado, estupro de vulnerável e furto, na última terça-feira, 16. A operação resultou no cumprimento de cinco mandados de busca e apreensão e quatro de prisão nas cidades de Pontalina, Caldas Novas, Abadia de Goiás e Acreúna. Ao todo, cerca de 50 pacientes foram resgatados.
As investigações revelaram que os crimes eram cometidos por “funcionários” de uma clínica clandestina de reabilitação, onde atuavam como autoridades e guardiões. Dois dos investigados ainda estão foragidos, e a maioria dos envolvidos já possui antecedentes criminais, incluindo homicídio e tráfico de drogas.
A operação teve início após a prisão do proprietário da clínica em março deste ano. A detenção ocorreu depois que um paciente conseguiu fugir e relatou os abusos à polícia. A partir desse depoimento, a polícia iniciou uma investigação que revelou a gravidade dos crimes cometidos na clínica.
O local, que abrigava tanto adolescentes quanto adultos, frequentemente mudava de endereço para evitar a detecção pelas autoridades. Mesmo assim, o grupo criminoso construía “celas de castigo” em cada novo local, onde mantinham os pacientes trancados por vários dias e submetidos a diversas formas de violência física e psicológica.
O delegado responsável pela operação, João Almeida, destacou a crueldade dos métodos empregados pelos criminosos: “Estamos lidando com um nível extremo de desumanidade. Esses indivíduos exploravam a vulnerabilidade das pessoas que procuravam ajuda, transformando o sofrimento delas em uma ferramenta de controle e abuso”.
A operação não só trouxe alívio para as vítimas resgatadas, mas também acendeu um alerta sobre a necessidade de fiscalização mais rigorosa das instituições de reabilitação. “Precisamos garantir que lugares que se propõem a tratar e cuidar de pessoas não se tornem prisões de tortura”, concluiu o delegado Almeida.
As autoridades continuam as buscas pelos foragidos e reforçam o compromisso de combater qualquer forma de abuso e exploração. As vítimas resgatadas estão recebendo atendimento médico e psicológico adequado para ajudar na recuperação dos traumas sofridos.
Com informações do portal Metrópoles