A Polícia Civil de São Paulo prendeu Bianca Larissa dos Santos Ferreira, de 28 anos, acusada de orquestrar o julgamento de seu ex-marido, um pedreiro de 44 anos, pelo Tribunal do Crime do Primeiro Comando da Capital (PCC). O caso ocorreu em Jundiaí, no interior de São Paulo, e a motivação seria a intenção de Bianca em tomar posse da casa do ex-companheiro, localizada em Jarinu, cidade vizinha.
De acordo com as investigações, Bianca inventou uma falsa acusação de que o pedreiro estaria vendendo drogas em áreas controladas pela facção criminosa. Tal denúncia foi suficiente para que integrantes do PCC marcassem uma “sessão de julgamento”, conhecida como “tabuleiro”, para decidir o destino do homem. A ação foi autorizada por uma das líderes do tráfico local, identificada apenas como “Buia”, que controlava as operações da facção em Jarinu e Várzea Paulista.
Bianca convenceu o ex-marido a acompanhá-la até o Morro São Camilo, em Jundiaí, onde o julgamento seria realizado. Ao chegar no local, o pedreiro descobriu que havia caído em uma armadilha. Mesmo negando as acusações de tráfico de drogas, foi condenado à morte pelo “disciplina” Luís Fernando Silva de Souza, responsável por garantir o cumprimento das regras do PCC na região.
Entretanto, antes que a sentença fosse executada, o pedreiro conseguiu escapar dos criminosos. Em um momento de desespero, ele correu pela região central de Jundiaí e conseguiu embarcar em um ônibus intermunicipal. O veículo o levou até Jarinu, onde ele procurou uma delegacia para pedir ajuda.
A polícia agiu rapidamente e prendeu Bianca com drogas em sua posse. Luís Fernando, o responsável pelo julgamento, foi localizado em um bar e também preso. Ambos foram autuados em flagrante pelos crimes de sequestro, cárcere privado e associação criminosa.
O pedreiro, temendo pela própria vida, não retornou para sua residência. Ele afirmou à polícia que, mesmo após escapar, teme que a facção ainda tente cumprir a sentença imposta pela falsa acusação de Bianca. O caso segue em investigação, e as autoridades trabalham para desmantelar o esquema de julgamento clandestino da facção na região.
Com informações do portal Metrópoles