O pastor evangélico Carlos Alberto Leal da Silva, de 42 anos, foi condenado pela justiça estadual a 38 anos de prisão por cometer estupro de vulnerável, exploração sexual e por possuir e armazenar pornografia infantil, aproveitando-se da autoridade que exercia sobre as vítimas, em razão do seu cargo na igreja.
A sentença foi prolatada na semana passada, mas o pastor já estava preso desde setembro do ano passado, cumprindo mandado expedido pela justiça de Breves, no Arquipélago do Marajó. A denúncia foi feita pela 1ª Promotoria de Justiça de Breves, no ano passado.
De acordo com o processo, o réu utilizava a função de pastor e líder religioso para aliciar adolescentes do grupo de jovens da igreja que congregava, no Bairro Riacho Doce, e assim ter livre acesso às residências e ganhar confiança dos familiares.
As investigações começaram em julho de 2020, quando a delegada Tamires Teixeira, da Delegacia de Atendimento ao Menor e Adolescente de Breves, ouviu relatos dos abusos de testemunhas que começaram a desconfiar do comportamento do pastor. Ele se comportava de maneira estranha com crianças e adolescentes.
Havia denúncias de que Carlos Alberto da Silva ofertava aparelhos de celular, pacotes de internet e outras vantagens econômicas em troca de favores sexuais das vítimas. No caso mais grave, o pastor mantinha um relacionamento com um adolescente de 13 anos, com quem ele gravou vários vídeos íntimos.
Após ordem judicial para perícia nos aparelhos do pastor foram encontradas conversas e materiais armazenados, como fotos e vídeos, de conteúdo explícito com menores de idade, o que caracteriza também o crime de pedofilia. Ficou provado no processo que um adolescente de 13 anos foi vítima de estupro.
De acordo com a 1ª Promotoria de Justiça de Breves, “restou comprovada a obsessão doentia que o pastor nutria com relação a este adolescente, inclusive com intenção de morar e manter relações sexuais com o mesmo”. Também foi averiguado nas conversas que o sentenciado dizia ser da França e estava em Breves para levar discípulos com ele em sua volta àquele país.
A Promotoria enfatizou a importância das vítimas, seus familiares e da comunidade em denunciarem os casos de abuso e exploração sexual envolvendo crianças e adolescentes.