A Amazônia, rica em recursos naturais, segue sendo palco de uma pilhagem implacável. O saque diário das riquezas minerais da região expõe a generosidade da natureza e a crueldade dos criminosos que devastam o que encontram pela frente. No mais recente episódio dessa corrida predatória, o Ministério Público Federal (MPF) denunciou à Justiça Federal, nesta segunda-feira (16), seis pessoas acusadas de integrarem uma organização criminosa dedicada à extração ilegal de cobre em Ourilândia do Norte, no sudeste do Pará.
As investigações apontam que, em apenas sete meses, o grupo movimentou mais de R$ 1 milhão com a venda clandestina do minério, deixando um rastro de destruição ambiental e econômica.
A denúncia detalha a operação da organização entre 2018 e 2020, revelando uma estrutura bem delineada que incluía usurpação de bens da União, extração ilegal de recursos minerais, posse de explosivos sem autorização, lavagem de dinheiro e a formação de uma rede criminosa.
A ação ilegal concentrava-se em uma fazenda, onde o grupo explorava o cobre e negociava o minério no mercado clandestino. A Polícia Federal deu início às investigações em janeiro de 2020, após a prisão em flagrante de uma das acusadas em um garimpo irregular na propriedade. No local, foram encontrados explosivos, equipamentos de mineração e uma expressiva quantidade de cobre já extraído.
Além disso, as operações policiais resultaram na apreensão de caminhões, materiais de construção, documentos e o celular de uma das envolvidas. A análise dos dados coletados revelou uma complexa rede de atuação, com cada integrante desempenhando papéis específicos para garantir o funcionamento da organização.
Lucro milionário e lavagem de dinheiro
Parte do grupo gerenciava diretamente o garimpo, enquanto outros cuidavam da movimentação financeira. Os criminosos usavam contas bancárias de empresas próprias para disfarçar a origem ilícita do dinheiro. A investigação identificou movimentações financeiras de mais de R$ 95 milhões no período analisado, com frações significativas dos recursos sendo destinadas a familiares, incluindo menores de idade, como estratégia para dificultar o rastreamento.