Um grupo de advogados com atuação em Castanhal e Marabá foi apontado por investigação do Ministério Público do Pará como célula jurídica da organização criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), responsável,entre outros crimes, por lavagem de dinheiro.
O caso foi anunciado nesta segunda-feira (26), depois que os grupos de combate ao crime organizado, de inteligência e segurança institucional do MP deflagraram a operação “Muralha”.
De acordo com o MP, os agentes cumpriram simultaneamente seis mandados de busca e apreensão domiciliar e pessoal deferidos pela Vara de Combate às Organizações Criminosas no Pará.
Os mandados foram cumpridos em endereços localizados em Marabá, na Região Carajás, sudeste do estado e Castanhal, na Região do Guamá, nordeste paraense.
Conforme o MP, a operação foi fundamentada em procedimento investigatório criminal instaurado com o objetivo de investigar conduta ilícita de advogados, consistente em integrar organização criminosa (Lei nº 12.850/2013) e lavagem de dinheiro.
De acordo com o que foi apurado ao longo de mais de dois anos de investigação, os advogados alvos da medida cautelar de busca e apreensão compõem a célula jurídica denominada “sintonia dos gravatas”, na estrutura da organização criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC).
Os mandados de busca e apreensão foram cumpridos em em escritório de advocacia situado no bairro Belo Horizonte, em Marabá e em endereços residenciais nos bairros Centro, Nova Olinda e Saudade I, em Castanhal.
Foram apreendidos durante a operação telefones celulares, documentos, agendas com anotações de interesse da investigação e mais de mil bilhetes e cartas trocadas entre presos faccionados, os quais usavam advogados como “pombos-correios”.
Na gíria dos faccionados os “pombos-correios” são os advogados que utilizam de suas prerrogativas para levar e trazer mensagens entre faccionados intra e extra muros, mantendo, assim, a facção bem informadas e em pleno funcionamento.
Os cumprimentos das decisões judiciais que autorizaram a medida cautelar de busca e apreensão domiciliar e pessoal foram acompanhados por advogados integrantes da Comissão de Prerrogativas da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/PA).
As investigações prosseguem em segredo de justiça para a análise das evidências apreendidas. Os nomes dos acusados foram preservados.