Ainda resguardando os fiéis dos efeitos da pandemia da covid -19, a paróquia de São João Batista, no município de São João de Pirabas, nordeste paraense, prepara-se para celebrar mais uma edição do Círio de Nossa Senhora de Nazaré, que ocorrerá neste final de semana.
Pelo segundo ano consecutivo, as procissões como a trasladação e propriamente a procissão do Círio serão realizadas em carreatas, para as quais os tradicionais percursos foram alterados incluindo ruas e bairros que antes não recebiam a passagem da Rainha da Amazônia. Este ano o itinerário da trasladação, na noite de sábado, terá um percurso de 3,2 km; enquanto que a procissão do círio, no domingo pela manhã terá um acréscimo de 4,1km aos tradicionais 2,7 km.
Entre as mudanças ocorridas no evento está a forma de como a imagem será conduzida. Ao invés de ser carregada nos ombros pelos Guardas de Nossa Senhora, a berlinda, que em Pirabas tem o formato de uma embarcação com uma criança vestida de marinheiro, será rebocada em uma carretinha pelas ruas da cidade até a igreja (matriz) de São João Batista.
Este ano a quadra nazarena terá como tema “o povo em comunhão com Jesus e Maria”.
Com a nova organização do trânsito no centro da cidade, às proximidades do perímetro conhecido como “João Padeiro” a carreata será deslocada para um pequeno trecho da avenida São Pedro, retornando para a via de origem em acesso que será feito pela da travessa Tiradentes, saindo em frente a prefeitura municipal.
Briga e promessa na II Guerra
O Círio de Nazaré em São João de Pirabas tem origem em um violento conflito entre pescadores e o presidente da colônia z – 8, que deflagrou abusiva cobrança de impostos e proibiu os inadimplentes de pescarem. Esse episódio teve como desdobramentos prisões e perseguições aos revoltosos, já em meio ao clima tenso da segunda guerra mundial, em 1942.
Para resolver o impasse D. Perciliana Nogueira Batista fez uma promessa pedindo à virgem santíssima a intervenção naquela animosidade. Prece alcançada, a primeira procissão foi organizada no segundo domingo de outubro do mesmo ano, celebrada pelo sacerdote francês, padre François Duboys. (Texto de Paulo Pinheiro – Pascom Pirabas)