Oito mandados de busca e apreensão expedidos pela justiça estadual foram cumpridos pela Polícia Civil ontem na casa do representante em Belém das empresas ligadas ao grupo financeiro Wolf Invest, acusado de aplicar mais de mil golpes em clientes, em Belém. A operação Wolf foi executada pela Diretoria Estadual de Combate a Corrupção (Decor). O homem não estava na residência.
Os policiais civis da Divisão de Repressão à Lavagem de Dinheiro (DRLD) investigam a empresa de investimento financeiro e apreenderam na residência diversos documentos e um revólver calibre 32, com seis munições. Como o investigado não estava no local, o caseiro foi conduzido para prestar esclarecimentos.
De acordo com o levantamento realizado pelas equipes da Polícia Civil, o esquema tem indícios de movimentação de R$ 50 milhões em fraudes. O representante legal da empresa Wolf seria o criador do esquema “piramidal”, caracterizado pelo contínuo recrutamento de investidores, utilizando-se dos recursos financeiros trazidos pelos clientes para remunerar os membros das camadas anteriores da pirâmide.
“Este tipo de esquema traz à tona o cometimento de possíveis crimes como fraude, estelionato, falsidade ideológica, lavagem de dinheiro e associação criminosa”, explicou o delegado-geral Walter Resende. De acordo com os depoimentos das vítimas, muitos clientes foram atraídos pela oferta de lucros elevados em pouco tempo. A empresa Wolf Invest garantia um investimento com rendimento de até 10% ao mês.
“Uma das vítimas relatou ainda que o dono da empresa disse que os clientes que investissem acima de R$ 100 mil teriam uma escritura de imóvel no valor como garantia, chamada garantia imobiliária. Até o momento, nenhum cliente recebeu escritura de imóvel ou teve a quantia devolvida”, ressaltou o titular da Polícia Civil.
CVM alertou para golpe
Dois anos atrás, em janeiro de 2019, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), por meio da Deliberação CVM 808, comunicou ao mercado e ao público em geral que Olavo Renato Martins Guimarães e Wolf Invest Eireli não estavam autorizados a exercer quaisquer atividades no mercado de valores mobiliários. A sede da empresa funciona na capital paraense.
A autarquia verificou indícios de que Olavo Renato Martins Guimarães e Wolf Invest Eireli, por meio do https://www.wolfinvest.com.br/, ofereciam serviços de administração de carteiras de valores mobiliários sem ter registro na CVM.
Diante disso, a CVM determinou a suspensão imediata da oferta. “Em caso de descumprimento, Olavo Renato Martins Guimarães e Wolf Invest Eireli estarão sujeitos à aplicação de multa cominatória diária no valor de R$ 5.000,00, sem prejuízo da responsabilidade pelas infrações já cometidas antes da publicação desta Deliberação, com a imposição da penalidade cabível, nos termos do art. 11 da Lei 6.385/76, após o regular processo administrativo sancionador”, dizia o comunicado.
E mais: a CVM pediu que, caso fosse investidor ou recebesse proposta de administração de carteiras de valores mobiliários por parte de Olavo Renato Martins Guimarães e Wolf Invest Eireli, a pessoa deveria “entrar em contato por meio do Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC), preferencialmente fornecendo detalhes da oferta e a identificação das pessoas envolvidas, a fim de que seja possível a pronta atuação da Autarquia no caso”.
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