Mais de 150 índios das etnias Parakanã, Araweté, Xipaya, Assurini, Xicrin e Kayapó interditaram por dois dias a Rodovia Transamazônica, na Região do Xingu, no sudoeste paraense, protestando contra a empresa Norte Energia e cobrando o cumprimento das condicionantes do Plano Básico Ambiental estabelecido na construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte.
A manifestação começou na madrugada de terça-feira (15) e terminou no final da manhã desta quarta-feira (16), quando os índios se dirigiram para a sede da Funai em Altamira, onde vão se reunir para decidir sobre os próximos passos da luta contra a empresa.
A Rodovia BR 230 foi bloqueada na altura do Quilômetro 786, entre as cidades de Medicilândia e Uruará, mas não houve tumulto, pois os índios liberaram a passagens de veículos esporadicamente. Uma das reivindicações das tribos é a pavimentação de um trecho da estrada que liga 8 cidades da região. Eles também querem a criação de uma unidade de proteção das aldeias na área da usina.
Apesar das condicionantes serem conhecidas dos órgãos governamentais e estarem documentadas junto ao Dnit, Sesai, Justiça Federal de Altamira, DSEI, Funai, MPF, Norte Energia, prefeitura de Altamira e ao governo do Estado, nunca foram concretizadas, o que passou a ser uma prática comum dos grandes projetos no Pará.
No início da manifestação, os indígenas pretendiam manter o bloqueio por tempo indeterminado até que fosse atendida a pauta de reivindicações dos povos do Médio Xingu, mas nesta quarta eles resolveram seguir para Altamira.
Na terça-feira, agentes da Polícia Rodoviária Federal estiveram no local para garantir a segurança dos manifestantes e motoristas e só foi liberada a passagem de ambulâncias. Na manhã desta quarta, os índios permitiram a passagem de outros veículos.