Os detalhes ainda não vieram à tona, mas a indignação da diretoria do clube, que soltou nota oficial, já demonstra a gravidade do ocorrido. Um caso de polícia que precisa de investigação, identificação de responsável e punição.
Dois jovens negros, do time sub-23, que está disputando o Campeonato Brasileiro de Aspirantes, deixaram a Curuzu no começo da noite de ontem, após terem participado de treinamento, e pegaram um ônibus com destino às suas residências.
No trajeto, de acordo com informações, uma passageira chamou a polícia, incomodada com a presença de George e Debu no coletivo. O ônibus parou, a polícia chegou e o que se viu foram momentos de total constrangimento para os dois jovens, que simplesmente por serem negros foram confundidos com marginais.
A nota emitida pela diretoria do Papão, de repúdio e desagravo ao acontecimento com seus atletas, demonstra que esse tipo de intolerância racial precisa ser combatido com rigor e aplicação da lei, que pune o crime de racismo com prisão. Até quando ainda teremos de noticiar fatos abjetos, nojentos, como esse?
Veja a nota do Paysandu:
“Até quando a presença de jovens negros em um local público vai incomodar a sociedade?
Nossos atletas George e Debu, do time sub-23, voltavam para casa ontem à noite, quando o ônibus em que eles estavam recebeu ordem de parada, depois que uma passageira acionou a polícia para denunciar que havia suspeitos ali.
Os jogadores tiveram de descer do coletivo para revista pessoal. Foram minutos de muito constrangimento. Na mochila, nada de armas ou drogas, como devia imaginar a denunciante. Eles carregavam apenas chuteiras e os uniformes banhados de suor, após mais um dia de treino”.
A nota do clube não diz que é a denunciante, mas o Ver-o-Fato pergunta: quem é? Foi identificada? O que aconteceu? Há algum inquérito aberto por crime de racismo? A polícia só revistou os dois jovens negros? Se fez isso, também agiu com racismo. E agora?
Respostas, queremos respostas.
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