Uma manifestação de vendedores ambulantes e moradores do município de Moju, na região do Baixo Tocantins, nesta sexta-feira (25), registrou cenas de violência praticadas por agentes da Guarda Municipal local, que lançaram gás de pimenta no rosto de alguns dos participantes. Uma fonte do Ver-o-Fato esteve no município e documentou as manifestações.
O protesto ocorreu porque a prefeita de Moju, Nilda Lima (MDB), mulher do deputado cassado Iran Lima, atual secretário de governo estadual, remanejou os trabalhadores de seu antigo local de trabalho, uma feira improvisada na avenida Benjamin Constant.
Antes do protesto, os manifestantes participaram de uma audiência pública na Câmara dos Vereadores, convocada pelo vereador Gerson Costa (PC do B), para discutir a situação dos ambulantes, em que a população foi cobrar a entrega de uma feira decente para que os pais de família pudessem trabalhar.
Um dos vereadores acusou a prefeita de prejudicar os trabalhadores, por não apontar uma alternativa para a situação e por querer fazer só o que vem na cabeça dela, sem ouvir ninguém. “Ela tem a caneta na mão, não faz porque não quer”, atacou o vereador da oposição. Os manifestantes deixaram a Câmara sem uma solução para o problema.
Um dos participantes do protesto disse que a situação de Moju é a pior de todo o Baixo Tocantins. “A prefeita Nilda Lima tirou os ambulantes e os feirantes na marra de seu local de trabalho, com a Guarda Municipal jogando gás de pimenta na cara dos manifestantes, por ordem dela”, acusou, salientando que o município está abandonado.
Os vendedores ambulantes foram remanejados do local onde ficavam, na avenida Benjamin Constant, para outros espaços, que segundo eles, não tem estrutura e não atendem as mínimas exigências de funcionamento e agora eles estão sem trabalhar e sem poder sustentar suas famílias.
Os manifestantes prometeram invadir um espaço abandonado em busca de um local para trabalhar. Trata-se de um galpão que está com as obras paradas há mais de 10 anos. Eles vão para protestar contra a prefeita, que já avisou que não vai voltar atrás em sua decisão, porque já assinou a ordem de remanejamento dos trabalhadores.
De acordo com moradores, a prefeita também cortou o combustível para os ônibus que conduzem a população residente no interior do município e também ameaçou retaliar quem for para a rua apoiar a manifestação. Ela teme uma grande manifestação da população contra o abandono do município.
Segundo os manifestantes, existe na cidade um imenso galpão com obras paralisadas há anos, que seria ideal para receber os ambulantes, feirantes e até poderia servir como ponto dos ônibus que servem o interior. As obras que foram iniciadas há anos já estão deterioradas pelo abandono e o local serve para reunião de dependentes químicos e marginais.
Outra obra abandonada foi de uma escola municipal, com recursos do Fundeb, que foi iniciada em 03 de julho de 2017 e deveria ter sido concluída, segundo a placa, em 31 de dezembro de 2017, mas continua com as obras paradas e os alunos fora da escola.
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