O promotor de Justiça Militar, Armando Brasil, disse hoje que vai determinar a abertura de um inquérito policial militar (IPM) para apurar as circunstâncias da morte de um comerciante com um tiro de fuzil, disparado por um major da Polícia Militar, em Mocajuba, na Região do Baixo Tocantins, nordeste paraense.
O fato, ocorrido na madrugada de ontem (25), provocou grande indignação popular na cidade, onde a vítima, identificada como Gelquias Albuquerque Rocha de Souza, era muito conhecida e não tinha antecedentes criminais.
O autor do tiro, o major de prenome Carlos, destacado no 32º Batalhão da Polícia Militar, disse que atirou de dentro de sua casa, após ouvir disparos de arma de fogo na rua e ao ver a vítima apontando um revólver para a cabeça de outro homem.
A Polícia Civil de Mocajuba abriu inquérito para apurar o caso, inicialmente como homicídio. O major disse que dormia em casa, quando acordou com o barulho de um disparo de arma de fogo e, como estava chovendo, rastejou pela casa e pegou seu fuzil para ver o que esteva acontecendo.
Foi quando, segundo ele, ouviu o segundo disparo e acionou uma guarnição que estava perto para ficar atenta. Então, ele olhou pela janela, quando viu um homem de grande porte com uma arma na mão, que parecia ser um revólver, apontando para a cabeça de outra pessoa. Diante da situação, ele decidiu atirar, alvejando o suposto agressor.
Outras informações que circularam na cidade apontavam para uma briga entre o comerciante e outro homem, durante uma festa de aniversário, quando o major atirou de dentro da casa, acertando Gelquias Souza.
O homem que teria brigado com a vítima seria Daniel Fernandes, que fugiu do local após ver o comerciante morto. Quando a notícia da morte do comerciante se espalhou, houve tensão na cidade, com moradores pedindo o afastamento do major. A PM mandou reforço do GTO de Baião e policiais civis de Belém, através da Divisão de Polícia do Interior, para acalmarem a situação.
O que chama a atenção nesse caso é que é proibido segundo regulamento militar o policial militar levar consigo, fora de serviço, uma arma longa do tipo fuzil. Muito estranho.