Três anos após cometer um feminicídio brutal na comunidade de Ilhinha, no Arquipélago do Bailique, um homem de 46 anos foi finalmente capturado. Ele havia forjado a própria morte para escapar da justiça e foi preso nesta segunda-feira (19) em uma região indígena no interior do Pará. O crime, que ocorreu em 15 de agosto de 2020, chocou a pequena comunidade pela violência empregada contra Taiana Pantoja dos Santos, de 26 anos, que foi morta a facadas pelas costas na frente de seu filho de apenas dois anos.
A investigação conduzida pela Delegacia Especializada em Crimes Contra a Mulher (DCCM) revelou que o autor do crime, ex-cunhado da vítima, desenvolveu um sentimento obsessivo e não correspondido por Taiana. A delegada Marina Guimarães, que coordenou o caso, destacou a brutalidade do crime: “Ele, por ciúme e um sentimento não correspondido, se achou no direito de tirar a vida dessa mulher. Foi um crime bárbaro, e sua prisão é uma resposta à sociedade”.
Após o feminicídio, o acusado simulou sua morte ao afundar um barco de sua propriedade no arquipélago, mas foi denunciado por familiares que o viram fugindo para fora do Amapá. Desde então, ele se escondeu na comunidade rural do Trairão, às margens do rio Tapajós, onde mudou de nome e passou a trabalhar na extração de palmito. A operação que culminou em sua prisão, chamada Shamar, foi realizada em conjunto pelas polícias civis do Amapá e Pará, com o apoio da Polícia Militar do Pará.
A captura do feminicida trouxe um sentimento de justiça e alívio para a família de Taiana. Maria Benedita, cunhada da vítima, lembrou com emoção o dia do crime e destacou que a prisão do assassino permite que Taiana descanse em paz. “Sabemos que ela nunca vai voltar e nem a dor vai passar, mas estamos aliviados, pois ele vai pagar por esse crime”, disse Maria, emocionada.
Taiana Pantoja dos Santos era uma jovem de 26 anos, mãe de quatro filhos, e professora, descrita por familiares como uma pessoa amorosa e boa filha. Após a prisão do acusado, a Secretaria de Estado de Políticas para Mulheres (SEPM) está oferecendo apoio à família, que se deslocou do Bailique para o Amapá. O criminoso foi transferido para o Instituto de Administração Penitenciária do Amapá (Iapen), onde aguardará julgamento.