A inclusão “sem atraso” da Finlândia a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) recebeu apoio do presidente do país, Sauli Niinisto, e o primeiro-ministro, Sanna Harin, abrindo caminho para a aliança militar se expandir em meio à invasão da Rússia na Ucrânia.
O movimento anunciado pelas duas autoridades oficializa a busca da Finlândia para se juntar à Otan, que dependeria apenas de ratificação dos países membros do grupo. Nação vizinha, a Suécia deve decidir neste mesmo sentido nos próximos dias. Moscou tem alertado sobre “repercussões militares e políticas” caso Suécia e Finlândia se juntarem à Otan.
Secretário-geral da aliança, Jens Stoltenberg disse que os países seriam bem-vindos caso quisessem se juntar à Otan. Oficialmente, o grupo diz que poderia finalizar a inclusão das nações do Leste Europeu em cerca de duas semanas.
Reação Russa
A Rússia ameaçou, nesta quinta-feira, 12, tomar medidas retaliatórias “de natureza técnica e militar” se a Finlândia aderir à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).
Em comunicado, o ministério das Relações Exteriores russo alegou que a adesão causaria “sérios danos” às relações bilaterais e prejudicaria a estabilidade na região. Segundo a nota, cabe às autoridades e ao povo finlandeses decidirem o que é melhor para a segurança nacional. “No entanto, Helsinque deve estar ciente da responsabilidade e das consequências de tal movimento”, alertou.
Moscou acrescentou que a política de neutralidade embasou a paz no Norte Europeu durante décadas e assegurou a cooperação entre os países. De acordo com o comunicado, nem mesmo as garantias russas de ausência de intenções hostis convenceu a Finlândia a manter a isenção.
O Kremlin acusou a Otan de avançar em direção às fronteiras com a Rússia para criar uma nova “ameaça militar” aos russos. (AE)